Professora Juliana (PT) quer saber procedimentos adotados pela corporação no episódio envolvendo o engenheiro mecânico Maik Israel da Silva, de 35 anos, detido após reclamação de demora no atendimento
A Câmara de Americana deve discutir na sessão desta quinta-feira (10) dois requerimentos protocolados pela vereadora Professora Juliana (PT) sobre os procedimentos adotados pela Gama (Guarda Civil Municipal de Americana) em abordagens realizadas em espaços públicos e, especificamente, sobre a atuação da corporação no episódio envolvendo o engenheiro mecânico Maik Israel da Silva, de 35 anos, na madrugada da última terça-feira (8) no HM (Hospital Municipal) Dr. Waldemar Tebaldi.
Conforme publicado no TODODIA na edição da última terça-feira, o engenheiro saiu algemado do HM após se revoltar com a demora no atendimento do filho, um bebê de 15 meses. Ele foi liberado na delegacia. A família alega que a atitude da Gama foi desproporcional e motivada por racismo, enquanto o comando da corporação conclui não ter visto problema na abordagem, classificando a ação como “procedimento normal”.
A prisão foi gravada e compartilhada em redes sociais.
Nos documentos protocolados na Câmara, Juliana questiona os motivos pelos quais a corporação foi chamada ao HM na madrugada de terça, detalhes da abordagem, bem como informações sobre capacitação dos guardas treinamento para ações em locais públicos e meios disponíveis para denúncias em casos que a população considere abusivos.
“Queremos saber o que é feito para prevenir situações de abuso de força policial e outras violações de direito, por isso pedimos quantitativo de registros que chegam na ouvidoria e as ações de formação voltadas aos guardas municipais. São questionamentos importantes para sabermos o cenário da formação dos patrulheiros, que fazem um trabalho relevante para a segurança pública da nossa cidade e precisam de aperfeiçoamento constante para oferecer o melhor serviço possível para a população”, afirmou a vereadora.
Juliana esteve ainda com o comandante da Gama, Marco Aurélio, na terça-feira para discutir o assunto.
Unegro emite nota de repúdio ao caso
A Unegro (União de Negros pela Igualdade) de Americana divulgou nota, por meio de suas redes sociais, em que repudia o episódio. “Com indignação e revolta é que tomamos conhecimento de que na madrugada desta terça-feira um homem negro foi brutalmente e desproporcionalmente abordado por policiais da Ronda Ostensiva Municipal (Romu) de Americana”, diz trecho da nota. “Há uma subjetividade muito forte presente nessa subjetividade e interpretação do que é comportamento ‘ameaçador’ ou simplesmente insatisfação”, destacam.
A Unegro pede ainda uma reformulação no modelo de segurança pública no país e afirma que a “tolerância com indivíduos negros costuma ser menor”.