Em cada garrafa reciclada, em cada papel reaproveitado, há um gesto de cuidado com o planeta, e com o futuro. Na semana do meio ambiente, celebrada no início de junho, a reciclagem se destaca não só como ferramenta de preservação, mas como símbolo de consciência e transformação. Por trás desse processo, profissionais incansáveis trabalham para dar novo destino ao que antes era descartado, evitando que toneladas de resíduos acabem poluindo rios, solos e as ruas das cidades da região.
A equipe de reportagem da TV TODODIA foi ouvir histórias dessas pessoas que tiveram na reciclagem uma oportunidade de transformação e consequentemente, colaboram para tornar o meio ambiente menos poluído. Em Nova Odessa a cooperativa Coopersonhos, inaugurada recentemente na Central de Triagem, transformou a realidade dos profissionais da reciclagem.

Há 15 anos trabalhando na cooperativa, Noêmia Firmino de Oliveira destaca o impacto que a atividade teve na sua vida. “Estamos tirando muito material que poderia estar indo para o aterro. Gera renda e emprego. Antes, a gente se via apenas como catadores. Hoje, nos enxergamos como educadores ambientais. É com esse trabalho que vamos salvar as próximas gerações”, comenta.
Atualmente na coordenação da cooperativa, Noêmia vê no próprio trabalho uma forma de oferecer aos netos a oportunidade de viver em um meio ambiente melhor e mais mais bem preservado.
Os materiais tratados são coletados em Nova Odessa e passam por triagem, quando são separados por tipo e cor. Em seguida, são prensados e preparados para a comercialização. A renda gerada é dividida entre os cooperados.

Filha de Noêmia, Bárbara da Costa, de 24 anos, atua na cooperativa há oito. Ela relembra o início da trajetória.
“Na época, eu tinha minha filha pequena e sabia que entrar em uma empresa seria mais complicado. Vim para a reciclagem e me apaixonei”, confessa.
Ela também destaca o papel da população no processo. “Fazendo as coletas, com os moradores ajudando e mandando os materiais para a destinação correta, o impacto positivo no meio ambiente é muito maior.”
Joyce Batista de Oliveira, que é mãe solo, tem na reciclagem sua principal fonte de renda. “A reciclagem me deu a oportunidade de colocar comida na mesa para os meus filhos e de realizar um sonho antigo, comprar uma máquina de lavar”, conta.

Ex-professor, Rodrigo de Queiroz Pessoa também já atuou como mestre de obras e há cerca de um ano se dedica à reciclagem. Ele diz que encontrou na atividade uma possibilidade de recomeço. “Reciclando, você deixa de jogar lixo na rua. Eu trabalho perto de uma área de mananciais e acho que isso ajuda bastante o meio ambiente!”, relata.
“A gente vai se renovando dia a dia. Precisamos nos reinventar, e a reciclagem foi uma boa descoberta. A maior parte dos brasileiros ainda não enxerga que é um negócio lucrativo e importante para o meio ambiente.” completa Rodrigo.
O catador de reciclagem recebeu, na última semana, uma bicicleta ergonômica, desenvolvida especialmente para catadores de recicláveis. A iniciativa tem como objetivo promover mais dignidade no trabalho e melhores condições de renda para esses profissionais que são fundamentais para a preservação do meio ambiente.