Quem circula pelas redondezas da Praça da República, no Centro de Sumaré, pode não perceber que está diante de prédios de mais de 100 anos de história. Em um raio de menos de um quilômetro ficam o antigo Posto Policial de Rebouças e a Escola Reunidas de Rebouças. Agora, esses prédios fazem parte do patrimônio histórico da cidade.
O prefeito Luiz Dalben (PPS) publicou decreto com a aprovação do tombamento dos dois edifícios de importância histórica para o município. A decisão foi tomada a partir de pareceres técnicos emitidos pelo Condephaea (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Etnológico e Ambiental do Município de Sumaré).
Isso significa que qualquer obra nos prédios deverá passar por autorização e respeitar a arquitetura original dos imóveis. O tombamento também pode ajudar na captação de recursos por leis de incentivos fiscais para quem investe em cultura.
Integrante do Condephaea, a arquiteta Cinthia Ongaro Monteiro de Barros, da Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento e Gestão Estratégica, explica que os dois prédios tombados são do início do século XX.
São edifícios representativos de uma época em que se “desenhava” o núcleo urbano de “Rebouças” e constituem marco importante da história da ocupação urbana do município.
A sede da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da prefeitura fica no prédio do primeiro Posto Policial de Rebouças. Uma lotérica funciona hoje onde, no passado, ficava a Escola Reunidas de Rebouças.
As características principais do Antigo Posto Policial estão preservadas, inclusive o piso em ladrilho hidráulico, a cela e a conformação interna, informou a Secretaria de Planeamento.
Segundo a prefeitura, o prédio histórico onde funciona a Secretaria de Desenvolvimento Econômico já sofreu uma reforma e manutenção. na mesma época em que o edifício da escola teve a sua fachada descaracterizada.
Segundo a prefeitura, o proprietário soube dos estudos para fins de tombamento e de maneira arbitrária promoveu a descaracterização do prédio da antiga escola. Segundo Cinthia, muitos elementos da fachada foram demolidos. Perderam-se ornamentos da platibanda (moldura em torno da fachada).
“É de interesse do município manter os edifícios preservando suas características, pois são elementos da formação da cidade e devem manter-se preservados na
memória dos cidadãos, podendo sim receber recursos pela Lei Rouanet que poderão ser apresentados pelo município ou pelo próprio proprietário, no caso da
Escola Reunidas Rebouças, informou a prefeitura, em nota.
Segundo Cinthia, ainda não há projeto de restauro para os edifícios. “Ambos, por serem tombados, se enquadram para inscrição e captação de recursos através da Lei Rouanet (federal) ou pelo Proac (Programa de Ação Cultural), mas até a presente data não foram feitos projetos visto que encontram-se em boas condições”, explicou a arquiteta.
