O Dia Internacional do Idoso, data instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas) no ano de 1991 foi celebrada na terça-feira (1º), tendo como foco principal sensibilizar a sociedade para questões do envelhecimento e a necessidade de cuidar da população idosa.
Mas não é somente isso, o idoso também pode ser inserido em diversas evoluções do cotidiano, como é caso dos avanços tecnológicos. Nos dias atuais estar conectado à internet é muito comum, porém, o que mais vemos no dia a dia são jovens cada vez mais conectados e interativos no meio da tecnologia, entretanto, quem está na melhor idade também pode se adaptar a essa nova realidade.
O avanço da I.A. (Inteligência Artificial) tem sido um elemento transformador em muitos aspectos da vida moderna, e o envelhecimento populacional não é uma exceção. Muitas vezes, a relação entre idosos e tecnologia é associada a desafios e dificuldades. No entanto, essa percepção está começando a mudar à medida que mais idosos estão se adaptando e incorporando a tecnologia em suas rotinas diárias.
A aplicação da I.A.na vida dos idosos tem o potencial de trazer diversos benefícios significativos. O professor de Tecnologia da Informação do Senac, Ricardo Buffa Verçosa, conta que a inteligência artificial pode servir como um complemento do lembrete das atividades diárias. “Também existem aplicativos que ajudam o idoso a fazer alongamentos, a se movimentar, às vezes até ajudar a controlar a alimentação e a rotina de sono, enfatiza Verçosa.
Com isso, a tecnologia tem o potencial de promover a autonomia dos idosos. Através da criação de smartphones e tablets cada vez mais intuitivos, os idosos podem realizar tarefas do dia a dia, como fazer compras online, agendar consultas médicas, ou se comunicar com amigos e familiares, com apenas alguns toques na tela. Além disso, a tecnologia tem se mostrado uma ferramenta valiosa na monitorização da saúde dos idosos.
“O aplicativo que existe, que não tem inteligência artificial, mas ajuda na rotina do dia a dia, por exemplo, do remédio, seria aquele de agenda, onde a gente consegue colocar os horários, os tipos de remédios e quando eles repetem. E com o nascimento da inteligência artificial, ficou mais fácil de usar esse tipo de aplicativo”, comenta Ricardo.
Segundo o professor de Tecnologia da Informação do Senac, estes aplicativos que usam a I.A., por exemplo, o Google Assistente, a Siri ou a Alexa, em que a pessoa consegue conversar com eles ajudam nas tarefas de planejamento, ou seja, através desses aplicativos, podem ser marcados na agenda pela fala.
Apesar dos benefícios, a implementação da inteligência artificial na vida dos idosos, também apresenta desafios a serem superados. Ensinar tecnologia para eles é fundamental, porque contribui diretamente para a sua autonomia e independência, e os deixa incluídos na sociedade. Sendo assim, a habilidade de usar tecnologia pode melhorar a qualidade de vida dos idosos, permitindo a informação e a adaptação a novas situações do mundo.
“Hoje em dia, todo mundo está muito acostumado a usar o celular. Mas os idosos, eles têm um pouco maior de limitação ao experimentar um celular. Eles normalmente costumam usar um aplicativo, e costumam dizer que, por exemplo, a internet é o Facebook. E a gente sabe que não é só esse aplicativo que tem. Além de ter outros aplicativos que estão conectados com a internet, que trazem inteligência artificial para a rotina, eles precisam aprender com os mais novos que essas funcionalidades podem ajudar no dia a dia. Por exemplo, se uma pessoa mais nova ensina um idoso que ele consegue fazer uma transferência, um Pix pelo banco, sem precisar ir até lá, ele vai estar poupando esforço do idoso, vai estar poupando tempo na fila e poupando o banco de ficar lotado”, explica o professor.
Levantamento
De acordo com uma pesquisa feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2019 até 2023, houve um aumento de 66%, ou seja, 22,5 milhões de idosos que usam a internet. Isso pode estar relacionado com a disseminação do uso da internet no dia a dia da sociedade e a facilitação do acesso à internet por diversos meios.
A família pode ajudar no processo de inclusão digital, ensinando o idoso a usar a tecnologia e criando um ambiente seguro para navegar na internet.
“Numa região mais rica, como é a nossa – o Sudeste, a gente vê todas as faixas etárias usando o celular. E aí os idosos também conseguem usar. A questão é que, como eles têm um pouco mais de medo de quebrar os aplicativos, mexendo em lugares errados, normalmente eles têm medo de experimentar em outros aplicativos. Aí que entra o papel da família, para mostrar que está tudo bem mexer. Se você errar, dá para voltar e fazer de novo. Temos que ter esse tipo de paciência e ensinar a eles que tem que ter a coragem de mexer e experimentar”, ressalta o professor de Tecnologia da Informação do Senac.
A inteligência artificial está transformando a vida dos idosos de diversas maneiras. Seja por meio do monitoramento de saúde, da assistência doméstica, do cuidado social ou do diagnóstico médico, ela tem o potencial de promover uma vida mais saudável, segura e satisfatória para os idosos.
