
A tecnologia tem se tornado uma aliada importante no combate à violência contra a mulher. Em Paulínia, o guarda civil municipal Diogo Ferreira, do setor de Operações de Inteligência, desenvolveu um aplicativo que já está presente em 74 cidades de 12 estados brasileiros, oferecendo mais segurança a mulheres com medida protetiva.
Da ideia à implementação
O projeto começou em 2018 e foi lançado oficialmente em março de 2019, primeiro em Paulínia. “A primeira cidade que implementou foi Paulínia, e hoje já está instalado em 74 municípios de 12 estados do Brasil”, explicou o GCM.
Experiência na guarda e na tecnologia
Ferreira uniu sua experiência na corporação, onde atua desde 2004, com sua formação em tecnologia.
“Sempre estudei tecnologia. Fiz Segurança da Informação, depois Engenharia de Banco de Dados. A ideia surgiu diante do aumento dos casos de violência doméstica. A gente quis fazer algo para aumentar a sensação de segurança dessas vítimas”, disse.
Aplicativo ANA
Além do ANA, voltado as mulheres com medidas protetivas, recentemente o GCM lançou o MIR, aplicativo criado especialmente para mulheres com deficiência auditiva. “O aplicativo MIR veio de sugestão da Secretaria da Mulher. Fizemos para atender pessoas com deficiência auditiva”, contou.
Cadastro e uso do aplicativo
O acesso ao recurso é feito mediante cadastro na Guarda Civil Municipal, onde a equipe instala o app e realiza os testes. “A vítima pode vir até a Guarda Municipal. Ela tem que ter a medida protetiva, que é o critério para instalar. A gente faz o cadastro, instala e já realiza o teste na hora”, explicou Diogo.
De acordo com ele, os aplicativos não reduzem diretamente o número de casos de violência, mas transformam a rotina de muitas mulheres. “Reduzido não, mas aumentado a sensação de segurança sim. Muitas mulheres relatam que conseguem voltar a frequentar o mercado, a padaria, porque sabem que têm na mão uma forma rápida de acionar ajuda.”
Impacto pessoal e expansão
O GCM também destaca o impacto pessoal de sua criação. “É uma satisfação muito grande. A mulher tem que ser bem cuidada. A gente vê pessoas tão agressivas com mulheres que dizem amar… mas quem ama quer ver feliz. Poder ajudar tantas mulheres, até fora do estado, é uma alegria enorme.”
Além de atender vítimas de violência doméstica, Diogo Ferreira também criou versões do aplicativo voltadas para professoras da rede municipal e para comerciantes, ampliando o alcance da iniciativa. O grande diferencial é que todos os aplicativos são doados gratuitamente aos municípios que solicitam a implementação.