segunda-feira, 30 junho 2025
PAGAMENTO SERVIDORES

Após risco de atraso salarial, vereadores aprovam projeto em sessão acalorada

Sessão extraordinária gerou embates entre vereadores e população
Por
Cássia Fossaluza
Sessão extraordinária gerou embates entre vereadores e população | Foto: Cássia Fossaluza/TV TODODIA

Com votação emergencial na manhã desta segunda-feira (30), a Câmara Municipal de Piracicaba aprovou o projeto que autoriza a abertura de créditos adicionais suplementares no valor de R$ 64 milhões. A medida visa garantir a execução da folha de pagamento do funcionalismo público, que corria risco de atraso. A votação, marcada por debates acalorados e forte presença da população, também evidenciou a politização em torno do tema.

O projeto estava na pauta da reunião ordinária de quinta-feira (26) e deixou de ser votado por pedido de adiamento do vereador Cássio Luiz, o Cássio Fala Pira (PL). Inicialmente, a Câmara convocou reuniões extraordinárias para a sua votação na noite desta segunda-feira (30), antecipadas para às 8h30 pela presidência da Casa. O Ministério Público recomendou o pagamento dos servidores, independentemente da aprovação da proposta, uma vez que o Executivo emitiu nota alegando que a não votação inviabilizaria o depósito dos salários.

O projeto teve 14 votos favoráveis, cinco contrários e três ausências dos vereadores Ary Pedroso Junior (PL), Alessandra Bellucci (Avante) e Marco Bicheiro (PSDB). Os votos contrários foram de Rai de Almeida (PT), Silvia Moraes, Mandato Coletivo (PV), Laércio Trevisan Júnior (PL), André Bandeira (PSDB) e Cássio Luiz, Cássio Fala Pira (PL). 

O vereador Cássio foi quem pediu o adiamento do projeto na sessão anterior, por solicitar transparência sobre o remanejamento dos créditos. Ele ficou descontente com a situação, inclusive por ter sido interrompido pela solicitação do líder de Governo, Josef Borges (PP), que solicitou o pedido de encerramento da discussão, previsto em regimento interno, que foi aprovado por 11 votos favoráveis e sete contrários. 

Cássio disse, em entrevista, que havia ficado claro que o Executivo fez isso para pagar os compromissos políticos e comentou que está descontente com a gestão atual, principalmente, por ter apoiado à campanha do atual prefeito Helinho Zanatta (PSD). “Apoiar não significa que a gente está”, enfatizou. 

Com a aprovação, a Prefeitura afirmou, por meio de nota, que não medirá esforços para que os pagamentos sejam realizados ainda hoje. “Assim que o projeto chegar à Prefeitura, publicaremos uma edição extra do Diário Oficial para que a lei seja publicada e, com isso, os valores possam ser empenhados e comunicados ao banco”, disse o Executivo.

Segundo o vereador e líder de Governo, Josef Borges (Progressistas) em entrevista à TV TODODIA, logo após a sessão, é garantido que todos os servidores públicos recebam hoje. 

Ainda segundo a nota, o projeto foi enviado com antecedência e pedido de urgência, mas sofreu resistência política: “o que houve, infelizmente, foi uma total deturpação dos objetivos do projeto, o que ocasionou todos esses transtornos, felizmente sanados na manhã de hoje”.

Sessão intensa

A sessão da manhã de segunda-feira (30) foi marcada por embates entre vereadores da situação e a população. Houve muita gritaria, vaias e discussões com os vereadores Renan Paes (PL) e Gustavo Pompeo (Avante). 

Renan chegou a bater boca com uma munícipe e sugeriu que quem estava no plenário deveria estar trabalhando. A vereadora Rai de Almeida (PT) fez uma dancinha e cantou na tribuna sobre a metáfora que simboliza a resistência do povo contra os opressores e faz parte da música “Pisa Ligeiro” de Banzzai, que utiliza a frase, “quem não pode com a formiga, não assanha o formigueiro”, como uma crítica à desigualdade social, sendo aplaudida por parte da população presente.

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