Representantes da classe artística de Paulínia estão preocupados com a possibilidade de o município perder o acesso a novas verbas federais destinadas à cultura. Segundo o Ministério da Cultura, cerca de R$ 781 mil foram repassados à cidade entre 2023 e 2024 por meio da Lei Aldir Blanc, mas até o início de julho o valor não havia sido utilizado. Caso a situação não seja justificada, Paulínia pode ser excluída das próximas etapas do programa.
Exigências atrapalham
A crítica dos artistas vai além da questão técnica. Segundo eles, o último edital lançado pela gestão anterior foi feito sem participação da comunidade cultural, o que dificultou a inscrição de projetos. O diretor do Teatro Ceart, Thiago Silva, afirma que as exigências do edital estavam fora da realidade: “Queriam três apresentações por R$ 5 mil, valor que não cobre sequer os custos mínimos de montagem e elenco”, disse.
Além disso, artistas e produtores alegam que a cidade ainda não possui um Conselho Municipal de Cultura ou fundo específico, o que dificulta o planejamento e a aplicação dos recursos. “Sem diálogo e sem estrutura, o recurso não chega a quem está na ponta”, destacou Thiago.
Prefeitura se manifesta

Em nota, a Prefeitura informou que já apresentou um plano de ação aprovado pelo Ministério da Cultura e que firmou o termo de adesão à nova etapa do programa federal. O governo municipal também anunciou que lançará um novo edital ainda neste semestre, além de destacar a criação da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Eventos como uma das primeiras ações da atual gestão.
Enquanto aguardam as próximas medidas, artistas esperam maior abertura ao diálogo e mais participação na construção das políticas culturais do município.