sexta-feira, 19 abril 2024

‘Big Brother’ nas ruas terá reconhecimento facial

Sede da Região Metropolitana, Campinas está recebendo um projeto-piloto inédito no País na área de segurança pública. Por meio de uma parceria com a empresa chinesa de eletrônicos Huawei e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), a cidade é a primeira do Brasil a instalar câmeras capazes de fazer o reconhecimento facial em tempo real de pessoas nas ruas – uma ferramenta tecnológica que vai ajudar as autoridades na identificação de criminosos procurados pela Justiça ou mesmo desaparecidos.

Chamado “Safe City/Cidade Segura Campinas”, o projeto é uma espécie de “Big Brother” que prevê inicialmente a instalação de pelo menos 30 câmeras inteligentes, disponibilizadas pela Huawei e integradas à Cimcamp (Central Integrada de Monitoramento de Campinas).

A maioria das câmeras será instalada na região central da cidade e juntas elas poderão formar uma plataforma de integração inteligente, ou seja, existe a possibilidade de interligá-las às câmeras que a prefeitura já mantém e também com equipamentos da iniciativa privada, como os localizados em shoppings, postos de gasolina e bancos, por exemplo.

Ao captar pessoas nas ruas, as imagens serão cruzadas em um banco de dados de pessoas, a ser implementado para efetivar a ferramenta, possibilitando assim que sejam identificados criminosos procurados ou pessoas desaparecidas. Uma das aplicações é o envio da foto da pessoa localizada, por meio de um sistema de radicomunicação, para o guarda municipal mais próximo de onde ela foi identificada.

Das cerca de 30 câmeras da parceria com a Huawei, seis já estão instaladas no Terminal Central; Largo do Rosário com Avenida Francisco Glicério, Avenida Moraes Salles e Avenida Orosimbo Maia com Avenida Brasil, por exemplo. Também foram instaladas provisoriamente câmeras no Paço Municipal para a etapa de testes. As demais câmeras também serão instaladas na região central. O Terminal Rodoviário é outro local indicado para receber câmeras de reconhecimento facial.

A iniciativa tem apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). As soluções estão sendo desenvolvidas em conjunto pela Secretaria Municipal de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública, por meio da Cimcamp e da autarquia IMA (Informática de Municípios Associados). A ideia é customizar a tecnologia disponível para integrar e dar inteligência ao trabalho que já existe hoje no município.

O programa “Campinas Bem Segura”, já desenvolvido pela Administração Municipal, conta com 500 câmeras em toda a cidade, todas interligadas à Cimcamp. Neste total, estão as 130 câmeras que fazem o monitoramento veicular, interligadas ao Simvecamp (Sistema Inteligente de Monitoramento Veicular de Campinas).

São câmeras instaladas nos principais acessos e ruas da cidade que permitem ler placas de veículos, com a finalidade de recuperar carros furtados ou roubados, flagrar criminosos em ação e retirá-los das ruas.

“Campinas é uma cidade que tem muita visibilidade. Vamos dar outros passos, avançar, expandir essa tecnologia aqui e para outros municípios, para que a nossa cidade e o País tenham mais segurança”, afirmou o prefeito Jonas Donizette. Ele ressaltou que a parceria foi firmada sem nenhum custo para o município e faz parte da construção de uma “Cidade Inteligente”, com foco em inovação voltada para o cidadão.

O presidente da Huawei para América Latina, Zou Zhilei, destacou a importância do projeto realizado em Campinas para a empresa. “Vemos o grande potencial de fazer a parceria evoluir de maneira cada vez melhor”, afirmou, explicando que a padronização de acordo com as necessidades locais vai ajudar não só Campinas, mas outras cidades no Brasil e na América Latina a desenvolver o conceito de cidades inteligentes com alto padrão de tecnologia.

Para o secretário de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública de Campinas, Luiz Augusto Baggio, a integração das novas câmeras ao Cimcamp pode ser comparada a dar um cérebro para os olhos que a cidade já possui.

Ele explicou que o novo sistema permitirá adicionar funcionalidades para que seja possível reconhecer situações de perigo, além de localizar potenciais criminosos, por exemplo.

 
 

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