A Câmara de Sumaré aprovou, na sessão de ontem à noite, a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar a suspeita de que houve um esquema de pagamento de propina envolvendo o contrato entre a prefeitura e a OS (Organização Social) Pró-Saúde, firmado em agosto de 2014, na gestão da ex-prefeita Cristina Carrara (PSDB).
O pedido de investigação, feito pelo vereador Hélio Silva (PPS), recebeu assinaturas de 13 dos 21 vereadores da Casa.
A CPI terá prazo de 150 dias, prorrogável por igual período, para concluir a apuração da suspeita. O autor do requerimento também é o presidente da comissão.
CABRAL NO RIO
A abertura da CPI foi motivada pela depoimento do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (MDB), ao juiz federal Marcelo Bretas, dentro da “Operação Fatura Exposta”, que investiga o desvio de dinheiro do setor da saúde para pagamento de propina a agentes públicos, no Rio de Janeiro.
No depoimento, Cabral, que está preso por corrupção, disse que “pagamentos de propinas teriam a ver com a Pro-Saúde, que administrava hospitais do RJ e outros Estados”.
Em Sumaré, a OS administrou a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Macarenko e o PA (Pronto Atendimento) do Mato. O contrato com a Pro-Saúde já foi rescindido pelo prefeito Luiz Dalben (PPS).
“A investigação da CPI vai mostrar se houve na nossa cidade o que aconteceu no Rio de Janeiro”, justificou o vereador Hélio Silva.
Na última sexta-feira, o vereador Dirceu Dalben (PR) já tinha enviado a mesma denúncia, em ofício, ao juiz Bretas, pedindo apuração do caso.
A ex-prefeita Cristina Carrara disse ao TODODIA, na semana passada, que não houve irregularidade. “Na minha gestão, o contrato com a Pro-Saúde funcionou muito bem, tivemos excelentes avanços na Saúde”, afirmou ela, que disse estar tranquila em relação ao caso.
Normalmente, as sessões da Câmara de Sumaré são às terças, mas, em virtude do Carnaval, foi realizada ontem.