sexta-feira, 26 abril 2024

Câmara de Sumaré vai barrar entrada de causador de tumulto

A Câmara de Sumaré quer impedir que o consultor Rodrigo Pavane, o VR, acompanhe ou até até mesmo tenha acesso ao prédio do Legislativo depois que protagonizou um tumulto, na sessão ordinária, anteontem, às 19h30. O acusado responderá criminalmente pelo ocorrido.

Os vereadores registraram boletim de ocorrência por ameaça, injúria, provocação de tumulto e conduta inconveniente contra o popular. VR proferiu xingamentos e até mesmo ameaças de morte contra os parlamentares durante a sessão, segundo a versão dos vereadores. O acusado nega as ameaças.

O acusado interrompeu a fala do vereador Décio Marmirolli (PSB) e proferiu xingamentos contra ele e, posteriormente, contra o presidente do Legislativo, Willian Souza (PT), depois que este pediu para não se manifestar, porque o regimento interno proíbe interferência do público.

A sessão foi realizada normalmente, segundo o presidente, depois que VR foi contido e conduzido até o Plantão Policial. Depois do fim dos trabalhos, os vereadores registraram boletim de ocorrência e deixaram a delegacia às 23h de anteontem.

Marmirolli disse que a polícia apreendeu o celular do acusado para ser submetido a perícia, para checar as ligações feitas. A suspeita do vereador do PSB é que Pavane causou a confusão a mando de alguém, mas o autor nega a existência de um mentor intelectual.

Ontem, com os ânimos acalmados, a Mesa Diretora adotou os procedimentos. O presidente do Legislativo informou ao TODODIA que os vereadores vão processar o autor da confusão.

“Fizemos o boletim de ocorrência ao término da sessão, inclusive com a presença de vários vereadores na delegacia, e já estamos acionando a Justiça para que esse senhor seja impedido de entrar na Câmara mesmo fora do horário da sessão. Ele fez graves ameaças a mim e aos demais parlamentares e precisa responder criminalmente por isso”, enfatizou o presidente. Diante dos riscos de uma nova invasão do plenário, a segurança do prédio será reforçada.

VEREADOR VÊ MOTIVAÇÃO POLÍTICA

A suspeita do vereador Décio Marmirolli de que seria o alvo do ataque se confirmou. O parlamentar acreditava que haveria motivação política, porque teria revelado recentemente sua disposição em disputar a prefeitura da cidade.

Mas não foi essa a causa do descontentamento de VR, chamado assim por ser originário do bairro Vila Rica. Ele disse ao TODODIA no final da tarde de ontem que o transporte público da cidade está uma “bagunça” e que Marmirolli não assinou um requerimento para abertura de uma Comissão Especial de Inquérito, apesar de ser o maior crítico do sistema e ser opositor da atual gestão.

Pavane negou as ameaças de morte dirigidas a todos os vereadores. “Político, quando é jogado contra a parede, ou chama a polícia ou se esconde e diz que está ameaçando”, criticou. Ele disse que vai recorrer a todas as instâncias judiciais para continuar frequentando a casa e as sessões.

APELIDO É ‘BADERNEIRO’

 
Rodrigo Pavane não gosta do apelido que lhe deram na imprensa de Campinas: “Baderneiro profissional”. Ele disse que foi impedido por vias judiciais de acompanhar as sessões em Campinas, mas a Câmara nega tal proibição, apesar das confusões que já protagonizou.

Em uma ocasião agarrou o braço de um vereador, mas ele não chegou a registrar boletim de ocorrência. Na Câmara de Paulínia, denunciou um vereador por práticas consideradas irregulares durante a sessão e pelas redes sociais.

Na Câmara de Valinhos, se indispôs com um vereador ao dizer que deveria fazer a lição de casa e efetuar pagamento de uma dívida com a administração. Esses entreveros foram relatados pelo próprio Pavane.

As Câmaras da região garantiram que não há qualquer impedimento para Pavane frequentar as sessões. Ele frequenta a Câmara campineira desde meados de 2006.

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