A Prefeitura de Campinas passa a ter uma nova secretaria em sua estrutura: a Secretaria de Políticas para as Mulheres. Uma cerimônia na Sala Azul do Paço Municipal, nesta segunda-feira (4), marcou a nomeação de Alessandra Herrmann como titular da pasta, e de Grazielle Coutinho como secretária-adjunta.
Com a nova pasta, a Prefeitura de Campinas passa a contar com 25 secretarias em sua estrutura, sem contar autarquias e empresas municipais. Dessas 25 secretarias, oito são lideradas por mulheres.
Objetivos e eixos de atuação
Segundo a prefeitura, a nova secretaria foi criada com o objetivo de formular, aplicar e acompanhar políticas públicas para as mulheres da cidade, com foco em quatro áreas principais: combate à violência, saúde integral, autonomia econômica e inclusão social.
Embora tenha elencado esses quatro pontos como foco da nova pasta, a secretária destaca o combate à violência contra a mulher como o principal deles, uma vez que os números vêm crescendo em Campinas nos últimos anos. “Esse vai ser o tópico número um da nossa secretaria. Inclusive, por causa desses números, eu acredito que tenha potencializado a viabilização dessa secretaria, porque realmente os números estão aumentando. Hoje já existem algumas políticas públicas destinadas a isso, mas a gente pretende escalonar essas políticas dentro da Secretaria da Mulher. Assim que eu assumir, eu vou me inteirar certinho desses números, e vou ter certeza de que essa vai ser a prioridade número um”, disse Alessandra Herrmann.
Crescimento
Para se ter uma ideia, houve um aumento de 25,9% no número de notificações de casos de violência contra as mulheres entre 2022 e 2023, segundo dados do Boletim Sisnov (Sistema de Notificação de Violência em Campinas), elaborado pela Prefeitura de Campinas. Foram 3.634 registros em 2023, 748 a mais que as 2.886 notificações de 2022.
Por isso, o prefeito, Dário Saadi, reforçou que este será o principal problema a ser combatido pela nova pasta. “A Secretaria da Mulher vai incrementar, acelerar as políticas públicas de defesa da mulher, principalmente numa questão que eu acho fundamental, que é o enfrentamento à violência — não só à violência doméstica, mas à violência de todas as questões que a mulher sofre — e também ao feminicídio. As outras questões também deverão ser aceleradas.”
Parcerias
A ideia é que a secretaria trabalhe em conjunto com iniciativas estaduais, como o protocolo “Não se Cale”, o aplicativo SP Mulher Segura e o ônibus “SP por Todas”, além de manter articulação com áreas como Saúde, Assistência Social e Educação no município.
A nova pasta
O projeto de criação da secretaria foi aprovado pela Câmara Municipal em julho. A pasta contará com uma equipe própria e integrará serviços como o Ceami, voltado ao acolhimento de mulheres em situação de violência, e o Seravi, que trabalha no acompanhamento de autores de agressões. A proposta é consolidar uma rede de proteção que articule diversas frentes de atendimento.
