sexta-feira, 22 novembro 2024

Campinas usa alta tecnologia e reduz necessidade de intubação traqueal em crianças

Já está em uso na Unidade Pediátrica Mário Gatti e no Hospital Ouro Verde o tratamento com cateter de alto fluxo 

Foto: Divulgação/Prefeitura Municipal de Campinas

Na Unidade Pediátrica Mário Gatti, a criança internada recebe oxigenação pelo novo equipamento, a Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar passou a aplicar um recurso de tecnologia de ponta na prevenção da intubação traqueal em crianças com sintomas respiratórios agudos graves.

Refere-se do cateter nasal de alto fluxo, semelhante ao habitual cateter colocado no nariz, mas com uma tecnologia de ponta, que potencializa a entrega do oxigênio nas áreas mais remotas do pulmão, permitindo que, mesmo afetado por uma doença infecciosa, possa manter suas funções, reduzindo assim a chance de intubação nesses pacientes.

Há 15 dias este tratamento iniciou no pronto-socorro infantil da Unidade Pediátrica Mário Gatti e 12 crianças já utilizaram desta nova tecnologia. Já no Hospital Ouro Verde, a instalação do tratamento de alto fluxo foi iniciada esta semana e, até o momento, quatro crianças estão utilizando o equipamento, sendo uma na UTI pediátrica e três no pronto socorro infantil.

A tecnologia está sendo vigente por meio de uma licitação realizada na categoria pregão eletrônico para registro de preços das cânulas de alto fluxo, com fornecimento de equipamentos em comodato.

Conforme a Andrea Tirico, coordenadora do PSI do Mário Gattinho, trabalhos científicos confirmam que o cateter de alto fluxo reduz a necessidade de intubação, que é um procedimento agressivo. O propósito é aumentar o número de equipamentos para que todas as crianças com sintomas respiratórias graves, possam se beneficiar.

O pediatra Caio Rodrigo Massaini, informou que nesse primeiro momento, as crianças com bronquiolite, que retratam cerca de 80% das internações nos prontos-socorros e enfermarias, e são os pacientes escolhidos para essa tratamento. A escolha por essa doença, mais comum nas doenças respiratórias infantis, deve-se ao fato, de não haver um tratamento específico para a bronquiolite.

O amparo pelo cateter nasal de alto fluxo tem uma grande possibilidade de modificar o progresso natural da doença, evitando assim a intubação e consequentemente, o tempo de internação e os riscos característicos a uma internação em UTI, afirmou Caio.

De acordo com a pediatra Roberta Barros Santos, o equipamento abastece uma mistura gasosa umidificada e aquecida, que é mais cômodo para o paciente, e impossibilita malefício como o ressecamento das vias aéreas. Além disso, o procedimento não causa dor, seu uso desobriga sedativos e conforme o quadro de saúde da criança, permite manter a alimentação via oral. 

Foto: Divulgação/Prefeitura Municipal de Campinas

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