Centenas de veículos – 700, pelas estimativas dos organizadores – participaram na tarde desta quinta-feira da carreata que, a partir de Americana, percorreu a Via Anhanguera até Campinas. O movimento se propôs a ser um manifesto pacífico pela flexibilização da quarentena decretada pelo governo paulista para o enfrentamento do coronavírus.
A carreata foi organizada por lideranças do setor têxtil de Americana e das cidades vizinhas, que têm no setor uma importante fonte de emprego e renda. Nas quatro cidades da base de atuação do Sinditec (Americana, Santa Bárbara, Nova Odessa e Sumaré) são gerados 30 mil empregos.
O manifesto foi promovido pelo Volta Consciente SP, grupo formado por trabalhadores, empresários e entidades do setor, que se apresenta como apartidário e defensor da vida, do emprego e da renda diante da pandemia.
O movimento reivindica a reabertura do comércio no Estado de São Paulo, cumprindo todos os protocolos de saúde exigidos pelo governo e necessários para a segurança e o bem-estar de trabalhadores e consumidores.
A partir da concentração na Avenida Antônio Pinto Duarte, a carreata tomou uma única faixa de tráfego da Anhanguera, à direta, de forma a não bloquear o impedir fluxo da rodovia. Os veículos que deixaram a concentração às 14h e já estavam na estrada às 14h20. Todos os veículos mantinham o pisca-alerta aceso.
Nos caminhões, havia faixas pedindo o retorno consciente ao trabalho, como aquelas com a mensagem “Com consciência a vida não para”.
E viaturas da Polícia Militar Rodoviária ordenaram o trânsito. A dispersão aconteceu no Anel Viário José Roberto Magalhães Teixeira. Foram 45 quilômetros percorridos. A fila de carros e caminhões chegou a oito quilômetros, pelas estimativas dos organizadores.
PREOCUPAÇÃO
“A preocupação essencial do segmento têxtil é a reabertura do varejo. Com lojas e magazines fechados, de nada adianta a produção das fábricas”. A afirmação é do presidente do Sinditec (Sindicato das Indústrias de Tecelagem, Fiação, Linhas, Tinturarias, Estamparias e Beneficiamento de Fios e Tecidos de Americana, Nova Odessa, Santa Barbara d’Oeste e Sumaré), Leonardo José de Sant’Anna. A entidade que ele preside foi das apoiadoras da carreata desta quinta.
Em entrevista ao TODODIA, Sant’Anna afirmou que a região foi penalizada pelos índices alarmantes de contaminação na Capital, e que seria razoável condicionar as restrições de locomoção ao índice de leitos ocupados em cada cidade.
Com a retomada gradual das atividades no Interior pelo menos, prevista para o dia 11, os empresários se comprometem (em protocolo negociado com o governo) a retornar à quarentena, caso os leitos de cada cidade registrem ocupação descontrolada.