A 34ª Semana Epidemiológica, que corresponde ao período de 16 a 22 de agosto, apontou queda de 40% nas contaminações por coronavírus na RMC (Região Metropolitana de Campinas) em relação à semana anterior, segundo nota técnica do Observatório da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica).
Em números absolutos, foram contabilizados 4,4 mil novos casos nos 20 municípios que integram a região, evidenciando o comportamento decrescente da pandemia, já apontado nos últimos levantamentos, aponta a nota.
A queda de casos e mortes em ritmo maior também foi demonstrada no Departamento Regional de Campinas (DRS-Campinas), composto por 42 municípios, que exibiu no período 6,1 mil novas notificações associadas ao coronavírus, número 37% menor comparando-se à semana anterior.
Ainda assim, o DRS-Campinas continua sendo o segundo no Estado em número de casos e óbitos pela doença, atrás apenas da Grande São Paulo.
Campinas, que na 33ª Semana Epidemiológica voltou a ostentar taxas crescentes de casos e mortes por Covid-19, seguiu a tendência regional ao manifestar, desta vez, reduções de 41,4% (1,7 mil casos) e de 1,29% (76 óbitos) em ambos os indicadores. Ainda assim, a cidade se manteve no ranking das principais atingidas pela pandemia no quesito mortalidade, com 80 óbitos por 100 mil habitantes.
Para André Giglio Bueno, professor de Medicina da PUC-Campinas, os dados ajudam a compreender o momento epidemiológico atual, mas deve-se considerar também a redução na taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que vem se mantendo na casa dos 72%, e as curvas divulgadas pela Vigilância Epidemiológica, que tornam mais clara essa tendência de queda na ocorrência de casos graves e de óbitos.
Por outro lado, o infectologista avalia que o percentual de indivíduos que apresentam anticorpos contra o vírus ainda é baixo na região (em Campinas, estima-se que apenas 3,68%, enquanto em São Paulo, 10,9%), fazendo com que a taxa de anticorpos na população ainda seja baixa para indicar certa imunidade coletiva.
“Sendo assim, vale reforçar as orientações para evitar o contágio, uma vez que, apesar de o vírus estar circulando em ritmo menor na região, os casos continuarão a ocorrer por pelo menos mais alguns meses, e todos os suscetíveis seguirão correndo o risco da infeção e de manifestar quadro grave da doença”, pontua.
ECONOMIA
O economista Paulo Oliveira, que coordena as análises relacionadas à Covid-19 pelo observatório entende que é cedo para apostar em recuperação da economia, que depende, segundo o especialista, de inúmeros fatores, tais como a eficácia dos protocolos de contenção da crise sanitária, além da recuperação do emprego e da renda de boa parcela da população.
“De forma pragmática, a sustentabilidade da retomada econômica vai depender da retomada da capacidade de consumo das famílias, sobretudo no contexto de políticas econômicas avessas à ampliação do gasto público. Os dados do mercado de trabalho mostram que as reduções dos salários, o desalento e o empobrecimento da população atingiram níveis bastante altos, o que pode prejudicar a retomada do consumo nos próximos meses”, destaca.