A RMC (Região Metropolitana de Campinas) apresentou aumento nos casos e óbitos de coronavírus na 30ª Semana Epidemiológica, de 19 a 25 de julho, que antecedeu a reabertura dos comércios com restrições. Segundo nota técnica do Observatório PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica), a região teve alta de 68% em novos casos (mais 6,6 mil) e 20% em novas mortes (mais 197) no período. A média móvel subiu para 900 casos diários.
Ontem, a região de Campinas voltou à fase laranja do Plano São Paulo, que permite, além dos serviços essenciais, a abertura, com restrições, de shoppings, comércios de rua, concessionárias, imobiliárias e escritórios.
Para André Giglio Bueno, docente de medicina e infectologista do Hospital PUC-Campinas, a realização de mais testes, antes restritos aos casos mais graves e aos pacientes com alto risco para complicações, pode ter contribuído ao avanço significativo de ocorrências.
“O teste universal é, sem dúvida, o melhor cenário possível para entender com mais precisão o comportamento da pandemia. Mas é importante que continuemos atentos às curvas de novos óbitos e às taxas dos leitos hospitalares destinados a pacientes com Covid-19. Esses dados não sofrerão interferência da ampliação de testagem e podem ser utilizados para comparações mais confiáveis”, explica o médico.
Apesar de estáveis, as taxas de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) seguem elevadas em Campinas, cidade que registrou 2,7 mil novos casos na última semana epidemiológica (aumento de 84% em relação à semana epidemiológica anterior) e 96 novas mortes (4,3%) no período analisado.
O município tem o pior coeficiente de mortalidade da região, com 53 mortes por 100 mil habitantes.
O economista Paulo Oliveira, que coordena as análises sobre o coronavírus no observatório, diz que o retorno das atividades deve ser articulado entre os municípios.
“Caso contrário, a rotina de aberturas e fechamentos vai dificultar bastante o planejamento e a gestão de estoques para os comerciantes. A estabilidade dessa abertura e um impacto menor no crescimento de casos vão depender muito da consciência da população e dos empresários da região no cumprimento dos protocolos e das exigências estabelecidas”, afirmou.
Até 25 de julho, a RMC havia computado 32,1 mil casos e 1,1 mil mortes por Covid-19, aponta a nota da PUC.
O DRS-Campinas, atrás apenas da Grande São Paulo, registrava 44,8 mil casos e 1,6 mil óbitos até o encerramento da 30ª Semana Epidemiológica. Campinas, epicentro da pandemia na RMC, tinha 15,6 mil casos e 634 mortes.