Levantamento contabiliza 13 mortes desde o início em 01 de dezembro, sendo 7 mortes nas últimas 72 horas
Após alerta divulgado pela Defesa Civil do Estado de SP na última terça-feira (27), com previsões de chuvas intensas para todo o estado, nas últimas 72 horas houveram ocorrências nos municípios de Araraquara, Campinas, Capivari, Itupeva, Monte Mor, São Carlos, São João da Boa Vista e Sumaré. Araraquara registou acumulado de 213 mm de chuva e 05 pessoas da mesma família morreram e uma continua desaparecida em razão do veículo que ocupavam ter sido arrastado pela força das águas após a via ter cedido. Campinas teve acumulado de 183 mm de chuva, sendo registrado o óbito de um homem que teve o veículo atingido por uma árvore, 192 pessoas continuam desalojadas. Em São Carlos, as chuvas tiveram acumulado 238 mm e uma mulher de 52 anos foi morta após ser arrastada pela enxurrada. Em Capivari choveu 135 mm, deixando 91 pessoas desabrigadas. Em Itupeva o acumulado de chuva chegou a 105 mm, afetando 150 famílias, as quais retornaram às suas moradias após o nível das águas baixarem. Aproximadamente 80 pessoas estão desalojadas na cidade de Monte Mor, ainda afetada por seis pontos de inundações, com registro de acumulado de 226 mm de chuva. Os municípios de São João da Boa Vista e Sumaré, registraram acumulados de 98 mm e 110 mm de chuva, respectivamente. Cerca de 32 pessoas estão desalojadas em São João da Boa Vista e 100 pessoas desabrigadas em Sumaré.
Equipes da Defesa Civil do Estado percorreram os municípios prestando apoio e realizando vistorias nos locais mais atingidos pelas chuvas. Também foi ofertada ajuda humanitária, no entanto, os agentes municipais estão contabilizando os itens que serão necessários.
A Defesa Civil do Estado atua permanentemente com medidas de prevenção, principalmente neste período, sendo desencadeada a Operação Chuvas de Verão, que teve início no dia 1º de dezembro e que se estenderá até dia 31 de março de 2023, com medidas para minimizar os desastres e proteger a população, especialmente as que residem em áreas mais vulneráveis. Meses antes da operação, a Defesa Civil do Estado de São Paulo, em parceria com os órgãos regionais e municipais de proteção e defesa civil, realizou treinamentos e capacitações para os agentes municipais, de forma que possam agir preventivamente diante de casos como deslizamentos e inundações; este ano foram capacitados cerca de 800 agentes.
O Estado conta com 813 instrumentos de identificação de risco, que atendem 322 municípios, sendo estes os que possuem locais com maior vulnerabilidade para deslizamentos e inundações. Estes instrumentos de setorização e mapeamento de risco são oferecidos aos municípios por meio de estudos que, além de estimar a potencial probabilidade da ocorrência de um evento adverso (deslizamentos de terra, inundações, etc.), também levam em conta as características dos elementos a ele expostos (pessoas, edificações, etc.) e seus possíveis impactos. Sua finalidade é fornecer subsídios para a gestão de riscos e a prevenção de desastres ao poder público municipal.
O CGE emite boletins meteorológicos diários acerca das mudanças do clima para todo o estado de São Paulo, destinados aos coordenadores regionais e municipais de Proteção e Defesa Civil e demais órgãos responsáveis pela atividade, ou seja, para o Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil. No período de 01/12 até 29/12 foram emitidos 861 alertas pelo serviço 40199.
O último alerta, divulgado na terça-feira (27/12) continua vigente até amanhã (30/12), com possibilidade de ser estendido para o fim de semana.
Na atual edição da Operação Chuvas de Verão iniciamos o uso de novas tecnologias para o monitoramento das chuvas e deslizamentos de terra. Um projeto piloto foi iniciado em Franco da Rocha e Barueri, com a instalação de sensores de solo para monitorar movimento de terra, de forma a proporcionar a adoção de ações e medidas preventivas para o local. Os sensores já estão instalados em Barueri e em processo de instalação em Franco da Rocha.
Outra inovação é uso da inteligência artificial, que utiliza o cruzamento de dados como previsão meteorológica, acumulado de chuvas e histórico de ocorrências, para emissão de alertas de risco e probabilidade de ocorrências, principalmente de deslizamento de terra.