A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) concluiu as análises da água coletada durante vistoria Represa de Salto Grande, em Americana, na última semana de dezembro, quando houve mortandade de peixes no reservatório.
A companhia estatal informou ontem que não identificou a presença de qualquer substância contaminante na água.
Também a CPFL Renováveis, responsável pela central hidroelétrica composta pela represa, negou ontem que tenha usado métodos químicos para a retirada dos aguapés que tomam boa parte do reservatório.
A informação de ambas as empresas, portanto, nega a veracidade de uma denúncia que viralizou em Americana nos últimos dias via redes sociais, na qual um texto de autoria desconhecida faz um “alerta” aos moradores de que as “Praias Azul e dos Namorados cheiram a morte”.
Segundo o relato, espalhado via Facebook e WhatsApp, as “autoridades” estariam empenhadas em esconder a “verdadeira situação” da represa, que teria a água contaminada por um “veneno experimental” desenvolvido para exterminar aguapés e que estaria, também, levando os peixes à morte e causando o mau odor.
O texto destaca ainda que a população estaria “consumindo água envenenada” e, em tom alarmista, relata que “a situação já fugiu do controle”.
FAKE NEWS
Para o fundador da Associação Barco Escola da Natureza, João Carlos Pinto, que sempre circula pela represa, o material divulgado não traz um retrato fiel da situação do reservatório.
“Não é real o que está ali. Claro que a situação é preocupante, mas isso é fake news. Nesta semana (o cheiro) está até bom, por incrível que pareça, ainda mais depois das chuvas”, afirmou ele ontem.
A última inspeção dos técnicos da Cetesb nas águas do Salto Grande ocorreu em 26 de dezembro. De lá para cá, a companhia não recebeu mais relatos de morte de animais.
Fontes emissoras de poluentes também não foram identificadas pelo órgão estadual. Apesar disso, a Cetesb segue recomendando que as pessoas não entrem em contato nem consumam a água da represa.
O diretor do DAE (Departamento de Água e Esgoto) de Americana, Carlos Zappia, informou à época que técnicos da autarquia realizam análises qualitativas e operacionais da água do Rio Piracicaba, que abastece a população de Americana.
“Se houver qualquer alteração na qualidade, nós vamos ser os primeiros a paralisar o processo ou a achar uma solução química ou bioquímica”, disse.
Ontem, por meio de assessoria de Imprensa, o departamento reiterou que garante a qualidade da água captada e distribuída à população.
37 CAMINHÕES DE AGUAPÉ/DIA
A retomada da remoção mecânica dos aguapés da Represa de Salto Grande completou um mês no último domingo. O serviço havia sido paralisado em janeiro de 2017 para a realização de estudos sobre o comportamento e ciclo de vida das plantas aquáticas no reservatório em Americana. A análise deve ser concluída até o fim de janeiro e, em seguida, apresentada à sociedade.
Nos primeiros 15 dias de reinício do trabalho de remoção mecânica das plantas, foram retirados do reservatório em média 37 caminhões de aguapés por dia – o que corresponde a quase dois hectares de Macrófitas removidos diariamente, segundo a CPFL.