sexta-feira, 13 setembro 2024

Cientistas defendem fundo municipal

O consumo de água potável no Brasil pode aumentar em até 80% até o ano 2040, segundo estimativa divulgada por pesquisadores do Brasil inteiro que, no final de agosto, participaram de um congresso virtual organizado pelo Consórcio PCJ (Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), que traça as diretrizes para apresentação brasileira  no 9º Fórum Mundial da Água, marcado para março, no Senegal.

A explosão do consumo, apontaram, decorre de mudanças econômicas, climáticas e demográficas, e o cenário é irreversível.

No evento, os cientistas relacionaram quais ações imediatas precisam ser tomadas para a gestão dos recursos hídricos. Eles defenderam a criação de fundos municipais para ordenar as ações no setor.

“Os fundos, no caso, devem ser objeto de articulação e engajamento dos gestores públicos e suas secretarias para operacionalização as iniciativas ambientais de cada município”, afirmou pesquisador e coordenador da Câmara Técnica de Recursos Naturais dos Comitês PCJ, João Demarchi.

Os participantes do webinar também defenderam a criação do PSA (Programa de Pagamento por Serviços Ambientais).

Segundo Rachel Prado, pesquisadora da Embrapa Solos, o PSA é uma aposta no desenvolvimento social dos produtores rurais, garantindo a eles compensações pela preservação ambiental, que vai impactar na disponibilidade de água e qualidade de vida nos centros urbanos.

Para se tornar realidade, o PSA exige o monitoramento das propriedades e ecossistemas, com  envolvimento da iniciativa privada e setores financeiros. Quem preservar passa a ter oportunidade de lucro.

Experiência, por sinal, que já foi testada e aprovada quando aplicada ao longo da década em propriedades rurais que investiram na recuperação ciliar de cursos d’água que ajudam a formar o Sistema Cantareira.

Pela proposta, o PSA precisa se tornar um programa robusto para a salvação de todas as bacias hidrográficas.

Márcia Hirota, diretora executiva da SOS Mata Atlântica, também defendeu a ampliação de políticas de fomento de PSA e maior participação dos proprietários rurais. “É preciso engajar os moradores do campo com sensibilização e conscientização dos benefícios do PSA.

GESTÃO

O secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahoz, atentou em sua apresentação sobre a importância de uma política pública descentralizada para a gestão dos recursos hídricos. “Garantir o acesso a água potável, em qualidade e quantidade, principalmente em regiões de estresse hídrico, é fundamental. Um dos caminhos é trabalhar ações participativas, que envolvam a comunidade, usuários e gestores públicos”, abordou.

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