sábado, 23 novembro 2024

‘Clima eleitoral’ adia votações na Câmara de Americana

A Câmara de Americana teve nesta quinta-feira (29) uma das sessões mais rápidas do ano, marcada por pedidos de adiamentos de votação de projetos para após as eleições de 15 de novembro, sob alegação de evitar “os ânimos inflamados” do período eleitoral. Três dos sete itens da ordem do dia foram adiados. 

“Não é do nosso agrado pautas curtas, porém foge do nosso alcance, pelas características dos projetos, temos que adiar. Talvez tenhamos a sessão mais curta de toda esta Legislatura”, alegou o vereador e candidato a prefeito Alfredo Ondas (MDB), líder da base do governo na Casa, autor de dois pedidos. 

Dois dos projetos eram do vereador Padre Sérgio (PT), que rebateu. “A sessão será muito curta porque os adiamentos foram longos e vêm se arrastando por um longo tempo”, disse. 

A 25ª sessão ordinária desta quinta teve pouco mais de uma hora e meia e, segundo a assessoria da Câmara, foi uma das mais curtas do ano. A média de tempo das sessões neste ano tem sido de aproximadamente 3h30. A sessão anterior, de 22 de outubro, teve 2h42 e a anterior, cerca de 4 horas. 

Ondas pediu adiamento de 20 dias da votação do projeto de lei de Padre Sérgio que autoriza a implantação do serviço de mototáxi e regulariza a situação dos motoboys. 

O projeto já havia sido adiado após pedido do próprio Ondas. “Este projeto é polêmico em período eleitoral e, por cautela, devemos tratar este assunto depois do pleito do dia 15”, disse o vereador do MDB. 

Padre Sérgio reagiu com humor. “Faço paralelo de um tempo atrás, o projeto do agrotóxico ia desempregar piloto de avião, agora o de mototáxi vai estragar a eleição, fazer palanque eleitoral. Não vejo assim. Peço a todos, vamos pôr a mão na consciência e regulamentar o trabalho do motoboy. Vamos votar hoje, esta lei já tem na região, em Sumaré, Limeira, Campinas e Piracicaba”, destacou. O adiamento foi aprovado por 13 a 3. 

Depois, foi adiado outro projeto do vereador do PT, que obriga petshops, clínicas e hospitais veterinários a informarem ao Poder Público maus-tratos nos animais por eles atendidos, desta vez após novo pedido de Odair Dias (PROS), ex-secretário do Meio Ambiente, de 20 dias. 

“É um projeto que tem relevância e importância, bem ajustado ele pode servir”, explicou. O adiamento foi aprovado também por 13 a 3. 

Completando a trinca dos adiados, foi adiado a pedido de Ondas projeto que visa autorizar a venda de uma área da prefeitura ao DAE (Departamento de Água e Esgoto) para construção de um “reservatório pulmão”. 

Na semana passada, a matéria foi alvo de duras críticas por parte de alguns vereadores antes do pedido de adiamento feito por Thiago Brochi (PSDB). 

O “reservatório pulmão” tem a previsão de armazenar até 10 milhões de litros de água para reforçar o abastecimento nos períodos de estiagem. 

Ondas disse que o projeto se tornou polêmico pela roupagem e que a intenção é “dar tempo para o Executivo refletir e ver se existe necessidade de alteração e voltamos a falar após as eleições, sem os ânimos inflamados”. 

Gualter Amado (Republicanos) criticou novamente o projeto. “Temos que derrubar esse projeto ridículo. Não podemos deixar a impressão de que o Legislativo é escritório de luxo do Executivo”, disse. 

Padre Sérgio não perdeu a deixa. “O Executivo está tendo a mesma sorte que eu hoje, 20 dias”. 

Ondas destacou, entretanto, que o assunto precisa ser resolvido em breve. “Temos que agir o mais rápido possível para trazer água com qualidade e quantidade na torneira das pessoas. Isso é mais importante que qualquer queda de braço com o Executivo”, disse. 

Odair elogiou o pedido. “Assunto extremamente relevante, momento muito delicado e a opinião pessoal pode se confundir com política, então tem meu apoio,”. O pedido foi aprovado por 12 a 4. 

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