terça-feira, 26 novembro 2024

Comerciantes da região central de Americana se unem para o pós-pandemia

Um movimento que começa a ser organizado entre comerciantes de Americana se dedica a relacionar intervenções que precisam ser executadas com urgência para a revitalização da região central. O grupo vai sugerir à prefeitura ações pontuais para segurança, organização e limpeza do calçadão, além de reformas de prédios e espaços públicos. 

Em vez de permanecerem reclamando providências, os próprios empresários pretendem se envolver diretamente na execução de mudanças. A reportagem apurou que o grupo vai apresentar cada proposta nos  gabinetes públicos. E todos vão estar dispostos a assumir responsabilidades. 

Os empresários contam com o apoio da Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana) para representá-los oficialmente junto ao poder público, para a construção de um Centro bonito, atraente, com opções de cultura, lazer e entretenimento. 

Todas as intervenções sugeridas também serão apresentadas e debatidas com a entidade. O movimento começou a ser articulado pelo publicitário Paulo Scalco, que recentemente participou da organização de eventos como a Festa das Nações e a Festa Nipo-Brasileira.  

O grupo foi se fortalecendo com a participação de representantes de estabelecimentos dos mais variados portes e segmentos: restaurantes, magazines, lanchonetes, lojas de roupas, centros musicais. Alguns, inclusive, com décadas de atuação na cidade. 

Eles se aproximaram, inicialmente, com a proposta de planejar e debater a reabertura gradativa do comércio, preocupados com os prejuízos milionários da quarentena prolongada. Mas o diálogo foi além: o grupo começou a pensar em um novo Centro no pós-pandemia. 

Hoje, momento que reuniões presenciais são impedias pelas regras para manter o isolamento social, os empresários se articulam para reuniões periódicas virtuais, onde serão coletadas as impressões e propostas que serão levadas adiante. O TodoDia reuniu alguns tópicos já elencados (confira abaixo). 

SUJEIRA | Grupo quer limpeza e recuperação paisagística próximo à linha de trem

“O fato é que hoje o Centro está sujo. Falta pintura, iluminação eficiente, flores. Precisamos dar vida ao espaço. Atrair os consumidores, gerar mais empregos”, resume a comerciante Liliane Garcia Bento, que há 11 anos está estabelecida na região central.  “Ninguém frequenta lugares feios, com cara de abandono.” 

OBRAS EM ANDAMENTO  

Diante de antigas reivindicações por investimentos no Centro, a prefeitura vem investindo, desde o começo do governo atual em medidas que buscam recuperar espaços públicos. 

A estação ferroviária, patrimônio de valor histórico para a cidade, recebe investimentos de R$ 860 mil em reformas. O dinheiro chegou de uma parceria firmada com a Rumo, empresa privada que hoje administra a malha para o transporte de cargas. 

O trabalho prevê o restauro de detalhes arquitetônicos do prédio, erguido em 1912, antes da reabertura definitiva ao público. 

ESTAÇÃO | Comerciantes querem a retomada das atividades culturais após reforma

A administração também já investiu na reforma da fonte luminosa, na Praça Comendador Muller, buscando resgatar o cenário bonito do passado. 

O atendimento às pessoas em situação de rua avançou com uma parceria entre o poder público e associações assistenciais, que os acolhem em abrigos para o pernoite. 

Mas a questão extrapola ações pontuais: os assistidos voltam à rua durante o dia, e muitos deles rejeitam ser acolhidos à noite. É um processo lento, difícil, e está vinculado também à situação econômica do País.  

DEFINIÇÕES AGORA PARA A REABERTURA 

A anunciada volta da região para a fase laranja do Plano São Paulo com a abertura parcial os estabelecimentos comerciais, também já mobiliza o grupo de empresários interessados na revitalização do Centro. 

Eles estão prontos para definir com a Acia e o poder público as regras para a o funcionamento organizado e responsável dos estabelecimentos. 

No grupo, o empresário Wilton Marchini Christiano, à frente da tradicional Heavy Metal Rock, da 30 de Julho, afirma que os estabelecimentos estarão preparados para o acesso limitado de clientes em cada loja, com todos os cuidados preconizados pelas autorizadas sanitárias. 

“Não podemos ver mais lojas fechadas. E é possível trabalhar. Supermercados funcionam, bancos funcionam. As lojas também poder operar, obedecendo as regras de segurança”, disse.  

CENTRO DE CARA NOVA 

Propostas já citadas pelo grupo de empresários:  

– Conclusão da reforma e retomada das atividades culturais da antiga estação ferroviária. – Limpeza e recuperação paisagística do trecho onde os trilhos atravessam o Centro. – Repressão ao tráfico e ao consumo de drogas nos arredores dos trilhos. – Instalação de mais lixeiras no calçadão e quadras dos arredores. – Abordagem e encaminhamento para assistência de pessoas em situação de rua, com aumento da fiscalização para que roupas, cobertores e restos de comida não permaneçam espalhados pelo chão. – Limpeza e revitalização dos canteiros da Praça Comendador Muller. – Revitalização completa da Praça XV de Novembro, próxima ao Mercado Municipal, que tem quiosques abandonados e invadidos. – Novo sistema de iluminação nos espaços públicos. – Segurança aprimorada, com equipes de segurança e rondas noturnas. – Manutenção executada pelo próprio comerciante na frente de seu estabelecimento. – Lavagem periódica do calçadão. 

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