sexta-feira, 19 abril 2024

Crise econômica freia investimento público em cidades da região

Os investimentos públicos feitos pelas seis principais cidades da região (Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste, Hortolândia, Sumaré e Paulínia) sofreram redução acentuada, passando do total de R$ 385,5 milhões, em 2013, para R$ 100,8 milhões, em 2017, de acordo com as planilhas disponibilizadas pelo site Compara Brasil.

A análise, feita pela FNP (Frente Nacional dos Prefeitos), aponta que o aumento da demanda por serviços públicos nas áreas da Saúde, Educação e assistência social causado pela crise econômica é o principal fator para a queda na aplicação de recursos financeiros em obras e zeladoria pelos municípios.

“A crise é o ingrediente fundamental para a queda dos investimentos porque provoca maior demanda por serviços públicos essenciais. A perda do emprego leva à perda do plano de saúde e à maior procura pelo serviço na rede pública. Sem o emprego, as pessoas também tendem a colocar os filhos em escolas públicas. Além disso, a procura pela assistência social tem maior frequência. A crise muda o perfil das despesas, aumenta os custos dos serviços essenciais e os municípios ficam com menor margem de manobra para fazer investimentos”, explica o secretário executivo da FNP, Gilberto Perre.

A verba de investimento destina-se às obras de infraestrutura e à aquisição de equipamentos. Menos recursos inviabiliza a construção de uma ponte, um viaduto, a ampliação de uma avenida, a compra de um equipamento mais moderno para um setor da saúde, a revitalização de praças, por exemplo.

“Quando um município tem dinheiro para investir em melhorias de infraestrutura, ele gera emprego e renda e, como consequência, crescimento econômico e ainda reduz o Custo Brasil (denominação dada para as despesas incidentes sobre a produção)”, destaca o secretário executivo da FNP.

Ele explica que uma avenida em boas condições reduz a despesa de uma empresa de logística com a manutenção dos veículos, por exemplo. “Isso significa redução do Custo Brasil, por isso, o País precisa investir em rodovias, portos e aeroportos”, argumenta Perre.

“Os investimentos dos municípios abrem novas frentes de trabalho e novas perspectivas. Os baixos níveis de investimentos, por outro lado, estão associados à baixa expectativa de crescimento econômico do País”, compara o secretário.

Perre destaca também a importância dos investimentos feitos pelas cidades. “Os municípios, nos últimos dez anos, são os entes federados mais importantes porque são responsáveis por um terço do total investido no País no período”, informa.

De acordo com a edição de 2019 do anuário “Multi Cidades – Finanças dos Municípios do Brasil”, produzido pela FNP, nos últimos dez anos, os municípios realizaram 36,3% do total dos investimentos do setor público e os Estados, 36,2%. A União, por sua vez, foi responsável por apenas 27,5% das aplicações.

O anuário também aponta que, com a crise econômica, “o esforço para o controle de gastos e a queda das transferências de Estados e da União fizeram com que os investimentos municipais desacelerassem fortemente em 2017, ficando abaixo do que é comum no primeiro ano dos mandatos dos prefeitos”.

Segundo os dados do Multi Cidades, todas as fontes de recursos que financiam os investimentos tiveram queda.

A União e os Estados, por exemplo, cortaram drasticamente os recursos voluntários destinados aos municípios para a aplicação em obras de infraestrutura e aquisição de equipamentos.

NÚMEROS
De acordo com o site Compara Brasil, o investimento feito pelas seis cidades da região, em 2017, foi de R$ 100.889.564.

Em 2013, antes do início da crise econômica, o total investido foi de R$ 385,5 milhões, uma diferença de R$ 284,6 milhões a mais.

Os investimentos da Prefeitura de Americana caíram de R$ 44,1 milhões, em 2013, para R$ 10,1 milhões, em 2017.

Nova Odessa reduziu de R$ 11,3 mi para R$ 8,7 mi, também de 2013 para 2017.

A Prefeitura de Santa Bárbara também diminuiu os investimentos, passando de R$ 43,6 milhões (2013) para R$ 34,1 milhões em (2017).

Em Sumaré, o corte foi de R$ 9,5 milhões para R$ 4,9 milhões.

A Prefeitura de Hortolândia investiu em obras de infraestrutura e compra de equipamentos R$ 109 milhões, em 2013 e, em 2017, o montante caiu para R$ 28,5 milhões.

Paulínia, que tem o maior orçamento da região, registrou queda brusca nos investimentos, passando de R$ 167,6 milhões, em 2013, para R$ 14,2 mihões, em 2017.

 
 

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