De janeiro de 2024 a agosto deste ano, a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Hortolândia realizou quase 1,4 mil atendimentos. Isto mesmo atendendo apenas nos dias úteis e em horário comercial, como debatido recentemente na Câmara de Vereadores da cidade.
Números expressivos
Mais do que isso: nestes 20 meses, foram solicitadas pelo órgão da Polícia Civil nada menos que 1.288 medidas protetivas. Os números comprovam a relevância do órgão para as mulheres vítimas de ameaças e violências de gênero na cidade.

24 horas
Reforçam também o argumento do vereador Derli Bueno (PCdoB). Em requerimento aprovado recentemente pela Câmara, ele pede que a prefeitura e o governo do Estado negociem para que a DDM passe a atender 24 horas por dia, 7 dias por semana.
O delegado José Regino Melo Lages, responsável pela DDM Hortolândia, falou sobre os serviços prestados pela unidade especializada e seu papel na proteção às mulheres da cidade.
“O Estado de São Paulo foi pioneiro com a primeira Delegacia da Mulher, que neste ano completa 40 anos. E a DDM de Hortolândia completou 3 anos. Desde então, temos atendido as vítimas de violência doméstica em todas as suas formas (psicológica, moral, patrimonial, física e sexual), elaborado boletins de ocorrência criminais e não criminais e ajuizado pedidos de medidas protetivas em face dos autores desses crimes contra essas mulheres, bem como feito investigações criminais abrangidos pela Lei Maria da Penha. Além de todo o apoio que a Delegacia dá, juntamente com o CRAM da cidade, com acompanhamento social e psicológico. Todo esse trabalho de atendimento prioritário à mulher demonstra a preocupação da Polícia Civil no combate aos crimes de violência doméstica e contra as mulheres”, afirmou o titular da DDM.

DDM em números
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública do Estado, em 2024, foram registradas 828 ocorrências na unidade.
No período, foram instaurados 541 inquéritos policiais, relatados 467, e solicitadas 733 medidas protetivas ao Poder Judiciário.
Já em 2025, até agosto, a Delegacia da Mulher contabilizou 569 ocorrências, com 417 inquéritos instaurados, 499 relatados e 555 medidas protetivas requeridas à Justiça.
O delegado José Regino falou sobre um caso recente de grande repercussão, o assassinato da adolescente Nicolly Fernanda Pogere, de 15 anos, no final de julho.
“No final de julho, houve um feminicídio muito grave aqui na cidade, a Polícia Civil de Hortolândia em menos de uma semana conseguiu apreender os adolescentes infratores e coloca-los à disposição da Justiça. Inclusive, eles já foram internados definitivamente e cumprirão sua medida socioeducativa”, afirmou a autoridade policial.
Mulheres elogiam acolhimento
Quem precisa dos serviços da DDM Hortolândia elogia o atendimento prestado pela equipe da unidade especializada da Polícia Civil.
“Acho extremamente importante termos esse serviço na cidade. As mulheres num contexto geral passam por algumas dificuldades e, infelizmente, demora muito tempo se for em outro local para ser atendida. Quando precisei vir aqui, prontamente, nem esperei para ser atendida, fui bem acolhida e recepcionada. Não tenho nada a reclamar, somente a agradecer pela cidade ter esse acolhimento às mulheres. Minha indicação é realmente que as mulheres que passam por alguma dificuldade, independente de qual seja, que venham aqui, que elas vão ter o acolhimento que precisam”, afirmou Emilin Dornelles.

Combate à violência contra a mulher
Segundo a SSP, o Estado de São Paulo possui a maior rede de combate à violência contra a mulher do país, com 142 Delegacias de Defesa da Mulher e 170 Salas DDMs instaladas em plantões policiais, garantindo atendimento especializado 24 horas por dia.
As vítimas também podem registrar casos pela DDM Online. O registro é fundamental para quebrar o ciclo de violência, garantir proteção imediata e possibilitar a responsabilização dos agressores.
Existem ainda tecnologias como a “Cabine Lilás”, para acolhimento exclusivo, e o aplicativo “SP Mulher Segura”, com “botão de pânico” para pedidos de ajuda.
A pasta cita ainda o Movimento SP Por Todas e o Protocolo Não se Cale, que capacita profissionais de bares, restaurantes e casas de eventos com diretrizes claras de acolhimento e suporte a vítimas de assédio.
Tudo isso, segundo a SSP-SP, “assegura um atendimento ágil, seguro e eficiente e também fortalecem a rede de proteção às mulheres”.
Todos os serviços voltados às mulheres estão disponíveis no site www.spportodas.sp.gov.br.
Delegado orienta
Por fim, o delegado reforçou as orientações às mulheres que se encontram em situações de risco ou agressão.
“Hoje temos o Disque Denúncia, a Delegacia da Mulher Online, que funcionada 24 horas por dia, 7 dias por semana com profissionais capacitados para dar um atendimento específico para as mulheres. Bem como as próprias delegacias presenciais, inclusive nossa DDM, onde estamos à disposição das mulheres caso necessitem a intervenção da Polícia Civil”, completou doutor José Regino.