A RMC (Região Metropolitana de Campinas) encerrou o primeiro semestre de 2020 com déficit comercial de US$ 4,14 bilhões. No período, a região gastou US$ 5,71 bilhões em importações, e recebeu US$ 1,57 bilhão com as exportações.
Os números foram apresentados nesta quinta-feira (16) pelo Observatório PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica), organismo que faz pesquisa e sistematização de dados socioeconômicos para avaliação do desenvolvimento econômico regional.
O volume exportado entre janeiro e junho foi 30% menor que o verificado no mesmo período do ano passado. Mas as importações também caíram (6,8%), na comparação dos dois períodos.
O fato é que a pandemia do coronavírus abalou seriamente a economia. Dados disponibilizados pelo Ministério da Economia demonstram a atividade produtiva em queda em todos os segmentos da indústria.
Os números de junho são a expressão fiel da crise. A RMC teve a pior participação, em dez anos, na pauta de exportações do Estado de São Paulo. A indústria da região foi responsável por apenas 5,57% de tudo o que o Estado vendeu para o Exterior.
Dentre todos os produtos da carteira de exportações da RMC, só a soja teve variação positiva no mês. As vendas para o Exterior foram mais impactadas dos setores de automóveis, medicamentos, plásticos, peças e carnes, que pertencem, historicamente, à relação dos artigos mais exportados pela região.
A situação só não foi mais dramática porque cresceram no mês as vendas de circuitos eletrônicos integrados, sabonete, papel e agroquímicos.
De acordo com o economista Paulo Oliveira, da equipe de analistas, outro aspecto negativo da pautal de exportações é que as perdas expressivas aconteceram nos setores de maior complexidade econômica, ou seja, aqueles que exigem mais sofisticação tecnológica e mão de obra mais qualificada. “São os segmentos que oferecerem melhores salários, por exemplo. Assim, representam um fator importante de renda na nossa região”, afirma.
O volume das exportações caiu expressivamente para todos os principais parceiros comerciais do Brasil, como Estados Unidos (-69,5%) e Argentina (-69,3%).
IMPORTAÇÃO MAIOR DE REMÉDIOS
Em relação às importações, houve em junho redução das compras de peças para veículos, aparelhos elétricos, máquinas de processamento automático de dados, circuitos eletrônicos integrados e acessórios para máquinas de escritório. É que a produção industrial parou a reboque da queda do consumo e da redução da demanda.
Só houve aumento nas compras de compostos químicos e orgânicos, antissoros, vacinas e antibióticos.