A chefe do Núcleo de Operações e Articulações Digitais (Noad) da Polícia Civil de São Paulo, delegada Lisandrea Salvariego Colabuono, fez um alerta contundente sobre a necessidade de os pais estarem atentos à segurança digital de crianças e adolescentes. A manifestação ocorre no contexto da instauração de um inquérito policial que apura a conduta de uma plataforma online acusada de promover apologia à violência digital.
Segundo informações do Noad, a empresa investigada descumpriu uma ordem emergencial das autoridades para retirar do ar uma transmissão ao vivo que exibia cenas violentas direcionadas a menores de idade. A delegada reforçou que situações como essa são exemplos dos perigos reais e constantes presentes no ambiente digital.
“É preciso que haja um alerta: o que meu filho consome, o que ele se interessa nas redes sociais, o que ele tem mais propensão a acessar? Isso é de fundamental importância que os pais entendam e aceitem”, declarou Lisandrea.
De acordo com ela, a exposição desprotegida ao conteúdo digital pode tornar crianças e adolescentes vulneráveis a crimes como cyberbullying, automutilação induzida e até abuso sexual virtual. Ela reforçou que o fato de estarem fisicamente em casa não garante segurança no ambiente digital. “Um adolescente sozinho no quarto com o celular na mão não está seguro”, alertou.
A delegada comparou os cuidados no mundo online à clássica recomendação de não conversar com estranhos nas ruas. “O mesmo princípio deve ser aplicado às redes sociais e jogos virtuais”, frisou. Ela também ressaltou a importância do diálogo constante entre pais e filhos, orientando que nem todos os contatos feitos na internet são inofensivos ou amistosos. “É fundamental que aprendam a desconfiar de abordagens suspeitas.”
Lisandrea ainda explicou os canais disponíveis para denúncias. Casos suspeitos podem ser informados diretamente em delegacias da Polícia Civil ou por meio do Disque Denúncia.
O Noad foi criado com o objetivo de enfrentar crimes cibernéticos, especialmente aqueles que envolvem vítimas vulneráveis. Entre os delitos investigados estão extorsão sexual, aliciamento de menores e invasões de dispositivos. O núcleo conta com agentes especializados que atuam de forma infiltrada em comunidades e grupos da internet, monitorando atividades criminosas 24 horas por dia.
