A Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) discute a criação de um novo benefício aos deputados estaduais. É o “auxílio-veículo”, que prevê pagamento de mais R$ 4.244 mensais a cada deputado que abrir mão de utilizar os veículos oficiais e passar a alugar carro para uso do mandato.
Proposto pela nova Mesa Diretora da Assembleia – composta pelo presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB), e pelos deputados Enio Tatto (PT) e Milton Leite Filho (DEM) – o projeto, caso aprovado, geraria uma despesa adicional de até R$ 4,7 milhões por ano para que os parlamentares passem a alugar veículos ao invés de utilizar os da frota, que por sua vez seriam doados ao Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo.
O novo valor proposto se somaria aos R$ 33,1 mil por mês de verba de gabinete a que cada um dos 94 parlamentares já tem direito atualmente. Atualmente, cada deputado possui um carro à sua disposição, além da verba de gabinete.A frota da Alesp, adquiridos há 8 anos, é composta hoje por carros Chevrolet Cruze, que possuem, em média, 350 mil quilômetros rodados cada.No ano passado, a Casa gastou R$ 1,8 milhão com a manutenção desses veículos – valor bem menor que o estimado com a locação de automóveis.
A Alesp prevê extinguir sua frota parlamentar em um ano. Até ontem, dez deputados estaduais tinham aberto mão de utilizar os veículos oficiais. Para vigorar, a proposta precisa ser aprovada pelo voto de pelo menos 48 parlamentares.A bancada do Novo, composta por quatro deputados, propôs anteontem cinco emendas ao projeto original.
Os textos criam normas mais rígidas para o uso de veículos, como o veto ao uso de placa oficial – a chamada placa preta – em carros dos deputados que aderirem ao benefício do “auxílio-veículo”.As emendas ainda prevêem a possibilidade de o próprio deputado ou assessores conduzirem os veículos, sem a necessidade de motorista, e incluem o valor a ser criado na cota parlamentar mensal já existente, barrando o aumento de despesas.
Líder do Novo na Alesp, o deputado estadual Heni Ozi Cukier defende que a proposta da Mesa Diretora não condiz com a atual situação econômica do Estado. “Os gastos precisam ser reduzidos e não aumentados, e precisamos achar maneiras eficientes de os deputados se locomoverem.”, declarou.
