quinta-feira, 18 abril 2024

Em crise, Paulínia muda de prefeito 11 vezes em intervalo de cinco anos

 
Paulínia parece vive uma crise política sem fim. Nos últimos cinco anos, a cidade teve 11 trocas de prefeitos, divididas entre seis nomes.

A mais recente ocorreu no último dia 7, quando o prefeito Dixon Carvalho (PP) e seu vice, Sandro Caprino (PRB), deixaram os cargos após serem cassados pelo TRE (Tribunal Regional de São Paulo) por reprovação das contas da campanha de 2016.

Por isso, o presidente da Câmara, o vereador Du Cazellato (PSDB), foi empossado semana passada pela Justiça Eleitoral como prefeito interino. Dixon entrou com recurso no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas ainda não teve o pedido julgado.  Se o pedido for negado haverá nova eleição.

A série mais recente de problemas políticos da cidade começou em 2012. Edson Moura, ex-prefeito, era candidato novamente ao cargo, mas teve a candidatura barrada pela Lei da Ficha Limpa, por suspeita de compra de votos.

Um dia antes das eleições ele renunciou e foi substituído por seu filho Edson Moura Júnior (MDB). Por falta de tempo, a foto do ex-prefeito foi a que apareceu nas urnas e o filho foi eleito com 41,01% dos votos válidos.

O MPE (Ministério Público Eleitoral) entendeu que houve manobra, impugnou o registro de Moura Júnior e deu posse a José Pavan Junior (PSB), o segundo mais votado. Ele assumiu o cargo dia 1º de janeiro de 2013 e ficou seis meses na prefeitura, já que após recurso no TSE, Moura Júnior conseguiu voltar ao cargo dia 16 de julho daquele ano.

Na sequência houve uma batalha judicial. Moura Júnior deixou o cargo no dia 11 de abril de 2014, por decisão judicial. O então presidente da Câmara, Marcos Roberto Bolonhezi, o Marquinhos Fiorella, então no PP, assumiu pela primeira vez.

Ficou no cargo quatro dias, pois Moura Júnior reassumiu por força de uma liminar. Depois disso, ele saiu e deixou a prefeitura mais quatro vezes, sendo cassado definitivamente em 3 de fevereiro de 2015.

Sandro Caprino, presidente da Câmara à época, assumiu por dois dias até que Pavan Junior fosse novamente empossado, em 6 de fevereiro de 2015. Pavan ficou à frente da prefeitura até o final do mandato, em dezembro de 2016. Dixon assumiu em 1º de janeiro de 2017.

David Rechulski, advogado especialista em Direito Público, opina que as trocas sucessivas geram prejuízo à população e à cidade. “Quebra a perspectiva de continuidade da Administração pública e, geralmente quando isso acontece, o novo prefeito deixa de dar andamento a projetos e obras da gestão anterior para produzir sua própria pauta e isso traz um cenário de instabilidade institucional”, avalia.

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