segunda-feira, 9 setembro 2024

Em greve, funcionários fazem doação de sangue

Em greve, os profissionais da EBCT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) participaram ontem da “Campanha Carteiro Sangue Bom”, realizada em Piracicaba, Paulínia e Santa Bárbara d’Oeste. Esta foi uma das atividades do movimento grevista, que completa 15 dias hoje.

Segundo um dos diretores do Sintectas (Sindicato dos Trabalhadores em Correios de Campinas e Região), Mauro Ramos, a doação de sangue foi decidida nas assembleias dos trabalhadores realizadas em todo o país. O sindicato não dispunha do balanço do número de carteiros que participaram da doação.

“Todos os sindicatos do país tiraram como uma das pautas da nossa greve a doação voluntária de sangue. Um dos títulos que estamos usando é Carteiro Sangue Bom, para mostrar que, além de doar o sangue dia a dia na empresa, trabalhando sob todas as adversidades, como chuva e sol, falta de condições de trabalho, falta de respeito da direção da empresa e do governo, mesmo assim nós somos solidários e estamos ajudando a população a manter o nível dos bancos de sangue, ao contrário dos nossos governantes que só vem tirando o nosso sangue para fazer caixa e fazer lucro para a empresa!”, afirmou o dirigente.

Além disso, o Sindicto informou que houve aumento da adesão dos grevistas ao movimento. Segundo Ramos, a adesão subiu de 43%, na segunda-feira (31), para 51% ontem. Este percentual de adesão não é confirmado pelos Correios.

O número equivale a 1,1 mil trabalhadores de braços cruzados em todas as cidades da base territorial do Sindicato de Campinas, segundo Ramos. Um terço dos 3,7 mil profissionais executa trabalho remoto. E o restante não aderiu ao movimento grevista.

Em nota, a EBCT também informou que o sistema de monitoramento dos Correios demonstrou que a adesão ao movimento paredista é baixa.

“A empresa não fornece dados segmentados (por região), pois com o Plano de Continuidade dos Negócios em andamento estas informações são alteradas rapidamente, sem afetar a operação”, trouxe a nota.

A greve foi deflagrada porque, segundo o sindicato, a empresa retirou 70 dos 79 itens do acordo coletivo de trabalho, em razão dos efeitos da pandemia do novo coronavírus. Ainda não houve julgamento do movimento grevista.

Em nota, a empresa informa que aguarda o julgamento do dissídio de greve pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) e espera o fim do impasse.

“É lamentável que a intransigência das entidades representativas, que tornaram a greve uma prática quase anual, sejam responsáveis por prejuízos irreparáveis à sociedade, aos empreendedores e à empresa. Operações importantes executadas pela estatal, atreladas à políticas sociais e de saúde, para citar algumas, têm sido impactadas e estão afetando o funcionamento de serviços públicos prestados aos cidadãos” diz a empresa.

No último fim de semana, os Correios deram continuidade aos mutirões em todo o país. Com o reforço de empregados da área administrativa, veículos extras, entre outras medidas, as forças-tarefas realizadas pelos Correios foram capazes de triar e entregar milhões de objetos entre cartas e encomendas, informou a nota.

A iniciativa faz parte do plano de contingência colocado em prática pela empresa, com o objetivo de minimizar os impactos da greve.

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