quarta-feira, 24 abril 2024

Emprego na indústria volta a crescer

O setor industrial em Americana, Nova Odessa, Cosmópolis e Santa Bárbara d’Oeste começa a dar sinais de recuperação com saldo positivo de geração de empregos registrado em março deste ano, depois de 12 meses de demissões maiores que as contratações. As 2,5 mil indústrias instaladas nessas quatro cidades contrataram, juntas, 350 trabalhadores a mais do que demitiram durante o primeiro trimestre de 2019.

Os dados foram divulgados esta semana pelas entidades do setor, Fiesp e Ciesp (respectivamente Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). Santa Bárbara d’Oeste se destacou em março entre as 37 diretorias regionais do Ciesp, com uma variação positiva de 0,97%, o que significou aumento de aproximadamente 150 postos de trabalho.

Foi o melhor resultado para o mês desde 2007, quando a variação positiva tinha sido de 1,32%. No primeiro trimestre do ano, o acumulado é de 1,65%, representando um aumento de aproximadamente 250 postos de trabalho.

O nível de emprego industrial em março na cidade foi influenciado pelas variações positivas de produtos têxteis (0,93%); produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (4,76%); máquinas e equipamentos (0,74%) e produtos de borracha e de material plástico (0,96%).

Para o diretor da regional em Santa Bárbara, Nivaldo José da Silva, os dados, apesar de positivos, são alarmantes. “O resultado do nível de emprego mostra a realidade do mercado. Santa Bárbara fechou positivo, mas com uma margem muito baixa. Esperamos uma retomada do mercado com a maior urgência. As indústrias estão em uma situação muito crítica, é hora de investir, mas os primeiros meses ainda foram fracos”, declarou.

AMERICANA
O nível de emprego industrial na Diretoria Regional do Ciesp em Americana, composta também pelas indústrias instaladas em Nova Odessa e Cosmópolis, apresentou resultado positivo de 0,64%, o que significou um aumento de aproximadamente 200 postos de trabalho.

O crescimento nos setores de produtos alimentícios (13,99%); produtos de borracha e de material plástico (1,01%); produtos químicos (0,33%) e máquinas e equipamentos (1,48%) foi o principal responsável pelo resultado.

A Diretoria Regional de Americana compreende aproximadamente 2 mil indústrias, com predominância têxtil, que representa metade deste total. São empresas de fiações, tecelagens, tinturarias e estamparias, fabricação de fios e linhas e confecções instaladas nas três cidades.

Assim como seu colega barbarense, o diretor da regional em Americana, Carlos Frederico Faé, não chega a comemorar.

“Houve uma pequena retomada da geração de emprego em 2019, influenciado pelo otimismo empresarial com o novo governo e, principalmente, pelo setor de alimentos, com a entrada no período da safra. Março, historicamente, é positivo por este motivo, puxando os demais setores. O drama se revela quando olhamos para os últimos 12 meses, onde o resultado se mantém trágico, com a perda de 4.900 empregos nas indústrias de Americana, Cosmópolis e Nova Odessa”, explica.

“O leve crescimento ou estabilidade dos setores da plástico/borracha, químicos e máquinas e equipamentos amenizam a queda, mas pela baixa participação no mercado gerador de vagas, não são suficientes para reverter a queda contínua dos setores têxtil e confecção”, completa Faé.

Para ele, a crise econômica e fatores como as eleições, a paralisação dos caminhoneiros e a insegurança jurídica de 2018 ainda repercutem em 2019. “A expectativa que as medidas em andamento, junto com a aprovação das reformas pelo Governo Federal, trarão maior confiança e possibilitarão maiores investimentos, o que abrirá novas vagas na indústria”, previu.

 
 

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