sexta-feira, 3 maio 2024

Empresária acusada pela UniCentro cobra R$ 505 mil de hospital

A empresária Dilceia Victorette do Vale – ré em ação que a Sicoob UniCentro Brasileira move contra ela, seu filho, quatro empresas da família e ex-dirigentes da Sicoob Unimais Bandeirante, por suposto enriquecimento ilícito em contratos fraudados pela extinta cooperativa de crédito – cobra na Justiça uma dívida no valor de R$ 505.269,15 da Santa Casa de Misericórdia de Santa Bárbara d’Oeste. 

O valor corresponde a parcelas não pagas de uma CCB (Cédula de Crédito Bancário) no valor de R$ 4,76 milhões, referente a um empréstimo feito pela Santa Casa junto à Sicoob Unimais, cujo título foi adquirido pela empresária em novembro de 2017. As parcelas do empréstimo deixaram de ser pagas pela Santa Casa em dezembro de 2018, durante o processo de incorporação da Unimais pela UniCentro. 

De acordo com a ação que tramita na 3ª Vara Cível de Americana, a CCB da Santa Casa junto à Sicoob Unimais previa o pagamento de parcelas mensais de R$ 81.456,27, de agosto de 2016 até agosto de 2026, com débito direto na conta da entidade. A partir do momento em que Dilceia adquiriu a CCB, em novembro de 2017, passou a ser a credora do título. O dinheiro debitado da Santa Casa vinha de uma conta que recebiam créditos de serviços prestados pela Santa Casa à Unimed, valores que Dilceia recebeu até novembro de 2018, quando foi iniciado o processo de incorporação da Unimais pela UniCentro. 

Em abril de 2019, após tentativas de receber o valor que não lhe era mais pago, Dilceia entrou com ação na Justiça pleiteando que o valor de cinco parcelas não debitadas, corrigidos à época no valor de R$ 505.269,15, fosse pago pela credora e que as parcelas a vencer fossem debitadas pela Unimed dos créditos futuros da Santa Casa e repassados diretamente a ela. 

Antes disso, uma outra ação foi movida contra a Sicoob Unimais, exigindo que o débito automático, que havia sido interrompido em dezembro de 2018, fosse retomado. Na ocasião, a Sicoob UniCentro, que incorporou a Sicoob Unimais após sua extinção, apresentou documento em que a Santa Casa, em dezembro de 2018, desautorizou o débito em conta e solicitou o que as parcelas futuras fossem pagas em boletos. Os dois processos serão julgados conjuntamente. 

Em decisão de maio de 2019, o juiz da 3ª Vara de Americana, Marcio Roberto Alexandre, negou pedido de liminar e deu seguimento à ação, com citação das partes. Uma audiência de conciliação chegou a ser marcada no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania em abril deste ano e cancelada. Uma teleaudiência de conciliação marcada está marcada para o próximo dia 24 de julho. 

DILCEIA NÃO SE MANIFESTA 

A defesa de Dilceia Victorette do Vale disse nesta segunda (6) à reportagem que sua cliente não deseja se manifestar sobre essa e outras ações que envolvem o Sicoob neste momento. 
Tharsila Helena Paladini Augusto afirmou que representa Dilceia e seu filho, Manoel Junior Victorette Almeida, que também, é réu na ação que o Sicoob move contra os dois, quatro empresas de propriedade da família e contra os ex-dirigentes da Siccob Unimais Ermerson Assis e Max Souza da Silva. 
Procurado pelo TodoDia, o presidente da Santa Casa de Misericórdia de Santa Bárbara d’Oeste, Aparecido Donizete Leite, solicitou que os questionamentos acerca da ação fossem feitos ao advogado da instituição, Benedito Donizeth Rezende Chaves. 
No telefone do escritório, a secretária informou que ele não estava na cidade para respondê-los. E-mail enviado a ele não foi respondido até o momento. 
Sicoob Confederação e Unimed não responderam aos questionamentos da reportagem até a finalização da matéria.  

UNICENTRO APONTA FRAUDE EM CONTRATOS 

A Sicoob UniCentro Brasileira, de Goiás, entrou na Justiça para reaver o prejuízo causado à cooperativa em sete contratos reputados fraudulentos, supostamente assinados com o objetivo de desviar dinheiro da Sicoob Unimais Bandeirante, de Americana, antes que ela fosse incorporada pela cooperativa goiana, em 2019. O caso foi noticiado com exclusividade pelo TodoDia domingo. 

A UniCentro cobra de dois ex-dirigentes da Unimais, quatro empresas e seus proprietários, o total de R$ 17,9 milhões. Na ação, que tramita na 1ª Vara Cível de Americana, a cooperativa pede o bloqueio de bens dos acusados e a decretação de segredo de justiça no processo. 

Nesta ação, figuram como réus o médico Emerson Assis, diretor executivo da Unimais na época da assinatura dos contratos, o diretor comercial Max Souza da Silva, a empresária Dilceia Victorette do Vale e seu filho Manoel Junior Victorette do Vale Almeida, e as empresas Vale Construtora Eireli – EPP, Insuperato Construtora e Incorporadora Eireli – ME, Manoel Junior Victorette do Vale de Almeida – ME e Potencial Marchant Assessoria de Negócios Ltda – ME. Todas as empresas são de Pirassununga e de propriedade de Dilceia e seu filho. 

O processo tramita na 1ª Vara Cível de Americana e os acusados ainda não foram citados. 

Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também