A diretoria do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou nesta quinta-feira (26) a aprovação de um financiamento de R$ 47,8 milhões para a indústria farmacêutica EMS implantar uma unidade de medicamentos injetáveis oncológicos em Hortolândia.
A participação do banco estatal de fomento no investimento corresponde a 80% do valor total, que é de R$ 59,8 milhões. De acordo com o banco, a nova planta permitirá a conclusão pela EMS do desenvolvimento de medicamentos contra o câncer.
Além do aumento da oferta deste tipo de tratamento no país, há possibilidade de sua disponibilização pelo sistema público de saúde, o que ampliaria ainda mais o acesso a terapias oncológicas pela população, diz o BNDES. O empreendimento ocupará uma área de mais de dois mil m2, com produção anual de mais de 300 mil unidades.
Inicialmente, a unidade produzirá lotes-piloto destinados aos testes exigidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para obtenção de registro dos novos medicamentos. Uma vez obtidos os registros, os produtos serão fabricados em escala industrial. A EMS pertence ao Grupo NC, que iniciou suas atividades em 1950, com a abertura da Farmácia Santa Catarina, em Santo André, no ABC paulista.
Em 1964, a farmácia foi transformada no Laboratório Farmacêutico EMS e iniciou sua produção no segmento de medicamentos similares, tornando-se uma das maiores empresas do setor. A partir dos anos 2000, a empresa apresentou um crescimento expressivo, contando, atualmente, com cerca de 5 mil colaboradores.
MERCADO
Em 2018, a indústria farmacêutica brasileira alcançou vendas de cerca de R$ 75 bilhões, conforme o Sindicato das Indústrias do Mercado Farmacêutico. Entre 2015 e 2018, seu crescimento foi de 8,55% ao ano, bem superior à evolução da taxa anual do PIB, de cerca de 3,3%.
O segmento de medicamentos oncológicos caracteriza-se por reunir produtos de maior valor agregado. É grande seu potencial de crescimento, em função do envelhecimento populacional e da maior incidência de doenças não transmissíveis na população em geral.
Esta classe de medicamentos caracteriza-se, em média pelo elevado preço. Em 2017, apesar de ter respondido por 14,6% do faturamento total do mercado farmacêutico, os medicamentos oncológicos representaram apenas 0,4% do volume de vendas no mesmo período.