Marcos Fernando Portella Fontes – ou apenas Marcos Fontes – tinha só 12 anos de idade quando se aventurou pela primeira vez a participar de um programa de rádio. Foi ao lado do pai, o radialista Carlos Fontes, apresentador da Brasil AM. E o garoto gostou tanto da experiência que colocou a cabeça, na mesma hora, que um dia teria seu próprio programa de rádio.
Há quatro anos, ele colocou no ar a primeira rádio digital barbarense. E segue pensando alto. Apesar de muito jovem – 24 anos – fala em ser prefeito, no embalo do fenômeno eleitoral que levou o PSL ao poder.
Fontes fala em equipar a máquina pública para atender à demanda cada vez maior por serviços públicos de saúde, educação e segurança, principalmente por conta das transformações sociais provocadas pela pandemia.
Confira os principais trechos da entrevista concedida ao TodoDia:
TodoDia – Fontes, a proposta da nossa série de reportagens é apresentar nomes dados como certos no meio político para a disputa das prefeituras da região. O eleitor quer conhecer a história do pré-candidato.
Marcos Fontes – Nasci em Santa Bárbara d’Oeste, na Santa Casa, no dia 26 de abril de 1996. Sou filho da costureira Ivone e do radialista Carlos Fontes. Vivi a infância toda no Jardim Vista Alegre, região sul da cidade. Cursei o Ensino Fundamental em uma escola municipal, a “Professora Terezinha Quinalha”, e depois, no Ensino Médio, passei por duas escolas estaduais, a “Professora Odair de Oliveira Segamarchi” e a “Professora Irene de Assis Saes”. No Ensino Superior, me graduei em gestão pública pela Uninter, em Americana. Ao mesmo tempo que estudava, trabalhava. Conheci muita gente, muitos lugares, e me senti motivado à vida pública por influência do meu pai, vereador, que fez uma carreira limpa, honesta.
Onde o Marcos Fontes trabalhou?
Garoto ainda, trabalhei informalmente como ajudante de uma serralheria, que pertencia ao irmão do meu pai. Também vendia anúncios para conseguir um dinheirinho. Meu primeiro trabalho formal, com carteira assinada, foi na Nortech Emabalagens. Eu tinha 16 anos. Foi assim, desde muito cedo, que aprendi como o trabalho era importante na vida do cidadão. De lá, trabalhei no setor de expedição da Kapiton, uma confecção, que meu deu a chance de conhecer outros municípios e Estados. Mas o meu sonho era mesmo ser radialista.
Influência do pai?
A paixão nasceu quando percebi que era possível tocar o coração das pessoas através do rádio. E muito cedinho em me aventurei. Minha primeira participação na programação foi na Brasil AM. Tinha só 12 anos de idade. Dividia o microfone com meu pai. Mas jurei, para mim mesmo, que um dia ia ter um programa “só meu” (risos). E foi justamente isso que aconteceu. Há quatro anos fundei a Nova Alternativa, a primeira rádio digital de Santa Bárbara d’Oeste. E lá apresento o meu programa semanal, o Bom Dia Amizade.
E de onde vem o interesse pela carreira política? Influência do pai também? Afinal, ele já conquistou cinco mandatos na Câmara, tem uma carreira sólida.
Na vida, só fui filiado a dois partidos políticos. Aos 18 anos, me filiei ao PSD, onde tive a oportunidade de presidir a ala jovem do partido. Depois me filiei ao PSL, de onde nunca mais saí. Aliás, foi a legenda pela qual disputei as eleições de 2018, pleiteando o cargo de deputado estadual, mas não conquistei a vaga. Apesar de nunca ter ocupado uma função pública, sempre tive a convicção de que a política é o principal instrumento de transformação social.
O desempenho nas urnas, em 2018, te agradou?
Na minha única disputa eleitoral, obtive uma expressiva votação, 16.309 votos. Mas, muito mais que isso, conquistei uma relação harmoniosa com as lideranças eleitas pelo PSL: deputados estaduais, deputados federais, senadores. E esta proximidade rendeu frutos à cidade. A legenda destinou, por meio das emendas parlamentares, recursos que ajudaram a manutenção de serviços como a Apae, a Casa da Criança, a Santa Casa.
E você se manteve inspirado para se manter na carreira política.
Minha maior inspiração veio da própria população. Busco sempre estar em contato com as pessoas e percebo que existe um anseio contínuo por esta sintonia entre munícipe e o seu representante. E, obviamente, o desempenho do meu pai na Câmara me motivou.
Fale de Santa Bárbara. A cidade precisa de mudanças?
São notórios os avanços ocorridos no município nos últimos anos. O trabalho “pré-pavimentado” por outros gestores e a inovação do atual prefeito, o Denis Andia, transformaram Santa Bárbara, principalmente no que se refere à mobilidade urbana, saneamento básico, novos espaços de lazer, novas UBSs e reformas. Creio que Santa Bárbara d’Oeste está destinada a um papel de destaque no interior, e a missão do próximo gestor é fazer isso ser real. O município precisa ser funcional em saúde, educação e segurança pública. Somado ao que já temos em curso, os moradores serão mais beneficiados.
Mas a cidade, o Estado e a Nação vivem um momento diferente. Enfrentamos uma pandemia. Você consegue imaginar qual vai ser a missão de um prefeito no pós-pandemia?
A pandemia desencadeou grandes desafios, principalmente ao setor público. Cresce a cada dia a demanda por ações socais, serviços de saúde e educação. É fácil entender. Pessoas que perdem emprego, consequentemente, deixam o convênio de saúde, por exemplo. Essas pessoas vão buscar atendimento na rede pública. Na educação, a mesma coisa. O cidadão sem renda não pode mais arcar com os custos de uma escola particular para os filhos, e também recorre à rede pública. Racionalmente, temos dois modelos de mundo. Um antes e outro depois da pandemia. Isso requer serenidade e flexibilidade de quem governa ou governará.
Mas que mudanças precisam acontecer na máquina administrativa para adequar o governo ao “pós-pandemia”?
Precisamos reavaliar os valores dos contratos firmados, precisamos isentar de impostos quem gera emprego. São necessárias parcerias público-privadas. Estes são exemplos de conceitos que vamos buscar, a fim de equilibrar administrativamente o município.
E você considera que tem apoio político para vencer uma eleição?
Hoje o PSL caminha de forma solo no processo eleitoral. Tem 29 pré-candidatos à Câmara. E vale ressaltar que nosso grupo de apoio não se limita a políticos ou legendas. Temos também a sintonia com lideranças de bairro e formadores de opinião sem vínculos partidários. Procuramos ouvi-los, precisamos entender os anseios de cada região da cidade. Se as pessoas optarem por nosso projeto, assumiremos com responsabilidade a missão, sem amarras políticas e com um único objetivo: fazer o melhor pelo município e inspirar positivamente esta geração.