Ex-nadadora de Americana, Milene Comini da Silva, 42, foi detida terça-feira (21), no Rio de Janeiro, após ir a praia, em Copacabana. Decreto estadual proibiu o acesso às praias durante a quarentena. Ela foi autuada e liberada. Milene estava com a filha de 14 anos, junto com a técnica de natação do Fluminense e o filho dela.
Milene foi atleta da equipe de natação de Americana na década de 90, onde se destacou a nível nacional. Depois nadou pelo Minas Tênis Clube, Fluminense, Vasco e Flamengo.
A ex-atleta se pronunciou nas redes sociais ontem, postando vídeos de pessoas nadando no mesmo lugar onde foi detida.
“Não sei se sou ingênua demais, não queria acreditar que pudesse ter recebido um tratamento diferenciado. Mas no mesmo lugar onde eu estava nadando (não era lazer). O acesso à praia livre e os polícias estavam lá. No mínimo estranho. Não recebemos sequer uma advertência verbal. Sempre pensei que somos todos iguais, mas talvez não seja assim para todos”, publicou.
Milene é ex-esposa do deputado federal Luiz Lima (PSL), bolsonarista crítico do governador Wilson Witzel (PSC), o que teria motivado o “tratamento diferenciado” citado. Logo após o ocorrido, Luiz desabafou nas redes sociais, criticando a polícia pela detenção da ex-esposa e da filha e xingando Witzel.
“O policial foi extremamente deselegante com duas mulheres e com duas crianças, atletas da seleção infantil de natação e do Fluminense. Saíram de camburão porque estavam nadando, enquanto o calçadão está cheio. Vocês estão malucos? Governador dá ordem que não tem cabimento, o senhor é um escroto”, diz.
Na descrição do vídeo, Luiz frisou ainda que a esposa, a filha, a treinadora e seu filho não estavam na areia e acusa o governador de perseguição política.
“Mergulharam e saíram em direção ao carro. Witzel, ao invés de estar cuidando do Estado, persegue quem denuncia suas falcatruas, suas insistentes tentativas de superfaturamento nos contratos da saúde em pleno coronavírus. Não vou me acovardar”, contnuou.
Em nota, a PM (Polícia Militar) local informou que cumpria as medidas de isolamento social e que “orientou que as pessoas se retirassem do local, o que não ocorreu”.
Diante da recusa, as pessoas foram conduzidas para a delegacia e quatro delas autuadas no artigo 268 do código penal (infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa)”. Witzel não se pronunciou.