A tradicional Festa de Santo Antônio levou milhares de pessoas à Paróquia Santo Antônio, na região da Ponte Preta, em Campinas, nesta sexta-feira (13). Em sua 27ª edição, o evento contou com uma programação intensa, com sete missas realizadas ao longo do dia, entre 6h30 e 19h, incluindo uma celebrada pelo arcebispo de Campinas, Dom João Inácio Müller. Tudo isso para celebrar o dia daquele que, popularmente, é conhecido como “o santo casamenteiro”
Além das celebrações religiosas, também foi possível realizar bênçãos de objetos pessoais. O evento atraiu fiéis de diferentes regiões da cidade, que compareceram tanto para as missas quanto para receber os pães e comprar o bolo. Longas filas de pessoas e de carros se formaram no entorno da igreja ao longo do dia.
Uma tradição do Dia de Santo Antônio é a distribuição de pães abençoados, mas, na Paróquia Santo Antônio, em Campinas, há também a tradição do bolo que contém medalhinhas de Santo Antônio. Dizem que quem encontra uma dessas medalhinhas conta com a ajuda dele no amor. “Claro, não é uma coisa mágica. O importante é imitar Santo Antônio em suas virtudes, ser um exemplo de vida. Por isso, a Igreja o coloca como um modelo a ser seguido”, conta o padre Jesus Caballero, pároco da Igreja de Santo Antônio.
Nelson Pegoraro ajudou a coordenar o primeiro bolo de Santo Antônio feito na paróquia, no final dos anos 1990. Na ocasião, foi feito um bolo de 13 metros. Ele conta como surgiu a ideia: “A gente começou a ver isso em outras paróquias, então resolvemos fazer o bolo aqui também. Daí, as coisas começaram a dar certo”.
Já a professora aposentada Lúcia Coutinho foi uma das coordenadoras da venda do bolo neste ano e deu mais detalhes que mostram a dimensão de como a festa e o bolo cresceram com o passar dos anos. “A gente começou com um bolo pequeno, de 13 metros; hoje, ele chega a cerca de 180 metros. E, a cada ano, tentamos fazer um pouquinho mais. Este ano, colocamos 1.200 placas de bolo. Usamos, mais ou menos, uma tonelada de doce de leite. No total, o bolo chega a quase cinco toneladas, somando doce de leite, glacê e recheio. Temos cerca de 14 mil pedaços de bolo, entre os grandes e os pequenos”.
A movimentação em torno da igreja exigiu uma operação especial de trânsito, com alterações no sentido de ruas próximas e a presença de agentes da Emdec para orientar os motoristas, uma vez que houve também a venda do bolo no sistema drive-thru.
Muita gente participa da festa há anos. “É uma tradição de família. Na verdade, minha avó vinha todos os anos buscar pão e bolo para toda a família. Depois que ela faleceu, continuamos vindo para manter essa tradição. E para ajudar as amigas a casarem também, né? Levando bolo para todo mundo”, conta a orientadora pedagógica Daiane Cibelle.
“A gente participa há cerca de 11 anos. Todo ano viemos, tanto eu quanto meu irmão. É questão de fé mesmo. Já pedimos por viagens, por cura, por várias coisas. Todo ano somos atendidos”, afirma a nutricionista Maria Cláudia Rincon.
Já a aposentada Dulce Almeida conheceu a festa neste ano. “É a primeira vez que estou participando deste evento. Eu não conhecia. Nunca tinha participado. Aliás, nem sabia da existência, mas estou achando muito bom”.
A Igreja Católica tem milhares de santos, mas alguns se destacam e atraem mais fiéis — entre eles, Santo Antônio. O pároco da Igreja de Santo Antônio explica o motivo da popularidade do santo, que nasceu em Portugal e viveu na Itália: “Ele se destaca porque foi um santo muito popular, já em sua época. Quando estava na Itália, em Pádua, atraía as pessoas pelo atendimento que lhes prestava, pelas confissões, orientações, conselhos e também pela palavra — pelas homilias, pelos sermões. Ele convertia as pessoas; elas se emocionavam, voltavam para Deus, mesmo estando afastadas. Essa atração popular começou ainda em vida e se espalhou ainda mais após sua morte”.
O Dia de Santo Antônio é celebrado em 13 de junho, pois essa foi a data de sua morte, aos 35 anos, no ano de 1231, em Pádua, na Itália.
