As queimadas de proporções gigantescas que vêm atingindo a região do Pantanal desde a semana passada têm prejudicado a qualidade do ar e afetando as temperaturas em diversas partes do Brasil, incluindo a região de Americana, de acordo com informações do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura).
No último final de semana, dias antes da chegada da frente fria que ocasionou chuvas, a baixa qualidade do ar, tempo seco e as temperaturas elevadas foram sentidas na região. Houve até mudanças na coloração do céu em alguns momentos. Tudo isso, conforme especialistas, teve ligação direta com os incêndios no Pantanal.
De acordo com a pesquisadora Ana Ávila, do Cepagri, imagens de satélite mostraram as fumaças chegando ao sudeste. “Tivemos nebulosidade no final de semana, céu mais escuro, tempo seco, tudo isso foi trazido pelas correntes de vento”, explicou.
A chegada das chuvas nesta segunda e terça-feira, segundo ela, ajudaram a amenizar a situação na região, mas a previsão é que, após a frente fria, a região volte a enfrentar tempo seco e altas temperaturas, ainda como consequência das queimadas.
PRÓXIMOS DIAS
De acordo com o Cepagri, a partir de amanhã, o tempo começa a limpar e as temperaturas entram em elevação mais acentuada. A mínima está prevista em 15ºC e a máxima em 28ºC.
Entre quinta e sexta-feira, uma massa de ar mais quente e seca, de origem continental, se desloca sobre o Estado, retomando as condições de céu claro, altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar até, pelo menos, o início da próxima semana.
PRIMAVERA COM CHUVA ABAIXO DA MÉDIA
Se o cenário das últimas semanas foi de estiagem intensa, a previsão para a Primavera, que começou ontem e vai até 21 de dezembro, também não é das mais animadoras: ela deve ter chuvas abaixo da média.
As temperaturas, no entanto, não serão tão elevadas e devem ficar, em média, um grau mais baixas que o registrado em outros anos.
PRIMAVERA | Começou nesta terça e vai até 21 de dezembro (Foto: Ernesto Rodrigues | TodoDia Imagem)
De acordo com o graduando em Gestão Ambiental Rodrigo Possebom, do IAMP (Instituto Amador de Meteorologia Prática), a estação deverá ter chuvas espaçadas ao longo das semanas.
“Serão precipitações irregulares. Vai chover forte um ou dois dias, e depois ficaremos 10-15 dias sem chuvas, com tempo bastante seco”, explicou.
Segundo a pesquisadora Ana Ávila, do Cepagri, as temperaturas levemente mais baixas que os anos anteriores têm ligação com o fenômeno La Niña e a estação deve seguir o que se viu no Outono e Inverno: dias mais secos que a média.
