domingo, 13 julho 2025

Gás: escassez de matéria-prima eleva preço do vasilhame

 Para revendedores ouvidos na região, temporada de altas temperaturas deve ajudar no equilíbrio de preços

Gás de cozinha | Temporada de altas temperaturas deve ajudar no equilíbrio de preços (Foto: Divulgação)

 Em algumas regiões do estado de São Paulo, revendedores já estão sofrendo com a falta de vasilhames de botijão de gás, tudo por causa da falta de matéria-prima para a produção do recipiente. Na região, o preço da unidade sofreu uma leve variação de valor na virada do ano, mas revendedores ouvidos pelo TODODIA nesta sexta-feira (4) descartam grandes preocupações.

Um botijão custa hoje, na região, entre R$ 200 e R$ 250. Esse preço é bem maior do que estava poucos meses antes da pandemia de Covid 19, quando era encontrado por até R$ 115. Mas a variação entre outubro do ano passado e esse mês de março foi de menos de R$ 10, segundo os comerciantes ouvidos.

“Durante a pandemia vários fabricantes de vasilhames deixaram de produzi-los. Essa falta talvez ainda seja um reflexo disso”, explica Sidney França, dono de uma revendedora de GLT (Gás Liquefeito de Petróleo).

Algo que também dá mais tranquilidade aos comerciantes é a temporada de altas temperaturas, o que tradicionalmente faz derrubar o consumo. “Muito mais gente sai de casa, come fora. E mesmo o tempo para fazer os alimentos é menor”, compara Lídia Oliveira, gerente de revendedora no bairro Nova Americana.

GUERRA
Uma novidade nesse cenário todo foi o início da guerra na Ucrânia. Caso o conflito se intensifique e dure meses, especialistas preveem problemas mais graves tanto no preço do gás, quanto na disponibilidade dos vasilhames.

Teve até quem já tratou de comprar um botijão extra nesta semana. “Tive que ir a três estabelecimentos, mas achei um botijão extra na zona leste”, confessa a cozinheira Denise Milassi.

E ela não foi a única. “Quando começaram a falar que todos os derivados de petróleo de gás iriam subir com a guerra teve uma movimentação de pessoas comprando com medo na disparada de preços. Mas agora no final da semana já se estabilizou”, conta Sérgio Augusto Santos, dono de um comércio de gás e água em Santa Bárbara d’Oeste.

Mas com ou sem guerra, a Asmirg-BR (Associação Brasileira dos Revendedores de GLP) se pronunciou no final de fevereiro, cobrando providencias do governo para baixar o valor do gás de cozinha, cujo botijão de 13kg, o mais popular do país, subiu quase 50% durante a pandemia, indo de R$ 69,74 em janeiro de 2020 para R$ 102,40 neste início de ano. Isso equivale a 8,4% do valor do salário mínimo praticado no Brasil.

“O gás de cozinha não pode ser comparado com qualquer outro produto, ele é elemento essencial no combate à fome do povo brasileiro”, diz a nota da Asmirg. “Como podemos falar em paridade de preço internacional se o produto é produzido e consumido no próprio Brasil?”, questiona a Associação, pedindo ação imediata do governo federal.

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