Em audiência ontem, em Brasília (DF), o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse que o Governo Federal “vai impor a implantação do Trem Intercidades” na articulação do projeto com a Rumo Logística – concessionária da malha ferroviária paulista, que deve ser utilizada pelo proposto trem de passageiros, previsto para interliga São Paulo a Americana, passando por Jundiaí e Campinas.
A manifestação do ministro foi dada ao deputado federal Vanderlei Macris, do PSDB de Americana, autor do pedido de audiência na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados.
O Trem Intercidades é um projeto anunciado desde 2012 pelo então governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), e foi encampado pelo atual governador, João Doria (PSDB), que já prometeu tirar o projeto do papel.
O trem de passageiros, que deve receber investimentos públicos e privados estimados em R$ 5,4 bilhões, terá um trajeto de 137 quilômetros. sendo 83 km concedidos à Rumo Logística, e 54 km à MRS Logística.
A Rumo confirmou, em momentos anteriores e ontem, a assinatura de um Termo de Compromisso entre a concessionária e o Governo do Estado sobre a utilização do trecho entre Jundiaí e Campinas.
Segundo a empresa, este trecho tem maior vocação para o transporte de passageiros, por ser contíguo ao trecho da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e ter maior contingente populacional, além de apresentar pequeno tráfego de cargas, o que permitiria o compartilhamento.
A mesma medida, porém, seria inviável entre Americana e Campinas, segundo a concessionária.
“Em trechos de grande densidade de cargas, o compartilhamento se torna inviável. Nesses casos, o mais adequado seria a construção de via exclusiva para passageiros, que ficaria a cargo do Estado ou do futuro operador do trem de passageiros”, destacou a Rumo, em nota.
Para o ministro, a concessionária manifestou “pouco interesse” em conceder a faixa de domínio da linha férrea.
Freitas destacou ainda que o projeto do Governo do Estado de São Paulo tem relevância econômica, o que o “torna amplamente viável”.
Na próxima semana, Tarcísio de Freitas se reunirá com Doria em São Paulo para tratar do assunto.