terça-feira, 26 novembro 2024

Hortolândia: investimento na Saúde e agilidade

Alguns fatores contribuíram para que Hortolândia se destacasse em ações antecipadas ao combate ao coronavírus. Para o prefeito Angelo Perugini (PDT), uma delas foi o investimento na rede nos últimos três anos que capacitou a cidade para enfrentar este momento difícil. 

Hortolândia foi a primeira cidade da região a montar um comitê de enfrentamento à doença, trabalhou na divulgação dos riscos e em um relacionamento próximo às comunidades. Na semana passada, Perugini anunciou que todos comissionados – inclusive ele e secretários – vão doar 20% do salário para ajudar no combate à doença. 

Confira trechos da entrevista concedida por e-mail: 

TodoDia – Por que Hortolândia se tornou referência no combate ao novo coronavírus? 

Perugini – Há um grande esforço e muito trabalho da nossa parte. Um fator que gostaria de destacar é o planejamento que fizemos nos últimos três anos e meio, recuperando e preparando a rede de saúde, tanto na infraestrutura quanto na gestão e capacitação. Pudemos fazer uma gestão correta e responsável para enfrentar este desafio. A responsabilidade com as contas da prefeitura permitiu remanejar recursos de forma rápida para concentrar o foco das nossas ações de proteção à vida dos nossos cidadãos, acolhimento das pessoas em dificuldade e organização da nossa rede de Saúde para enfrentar a pandemia. 

O senhor acredita que a ação rápida contribuiu? 

Certamente. Nós temos exemplos no mundo todo, de cidades que demoraram para agir na prevenção da doença e tomar medidas para reduzir a velocidade do contágio o que resultou em um colapso no sistema de Saúde, mas é importante esclarecer que nós ainda não superamos a doença. As medidas de isolamento social, o reforço nos hábitos de higiene e a restrição às atividades sociais e econômicas são essenciais para proteger nosso povo. Hortolândia ter saído na frente foi fundamental para enfrentarmos com mais eficiência esta situação, e a população tem ajudado muito. 

Quais medidas da prefeitura que o senhor considera inovadoras? 

Neste cenário em que temos que agir com responsabilidade e seriedade, tivemos que tomar medidas duras, difíceis. O que faz uma estratégia eficiente é o respeito às normas sanitárias e orientações das autoridades de saúde e o comprometimento da população. Posso destacar alguns pontos, como a criação de uma central telefônica para atendimento remoto às pessoas com suspeita de coronavírus (com seis números), a adaptação da UPA-24h do Jardim Nova Hortolândia em Unidade Respiratória para acolhimento exclusivo dos casos de Covid-19 e a rápida determinação da suspensão das aulas na nossa rede de ensino para proteção das crianças e de suas famílias. No campo social, fomos uma das primeiras cidades a adotar o kit alimentação, entregue aos alunos da rede municipal, e reorganizamos as costureiras que antes confeccionavam os uniformes para nossos alunos para a confecção de máscaras, que começam a ser doadas para a população mais carente. 

Qual é a capacidade de ocupação dos leitos de UTI? 

Já montamos 30 leitos de acolhimento para casos de baixa e média complexidade e adquirimos 28 aparelhos respiradores para dar assistência aos pacientes da nossa cidade. Além disso, com a reforma do hospital municipal serão disponibilizados dez leitos de UTI. A competência na gestão de leitos de UTI é do governo do Estado, enquanto ainda não temos leitos no município. Dessa forma, o Estado é quem coordena e distribui as vagas pela Croos nos hospitais estaduais. 

A cidade tem uma das maiores taxas de adesões ao isolamento social monitorado pelo Estado. O senhor atribui isso a que? 

A conscientização da população é um fator essencial. Hortolândia é uma cidade de gente solidária e que sabe da sua responsabilidade. Cabe ao poder público estabelecer os limites, orientar as pessoas e prestar o apoio para que todos estejam assistidos nas suas necessidades básicas. As medidas administrativas, a redução dos atendimentos presenciais nos prédios municipais e a realização de trabalho em modelo de home-office também têm impacto nos dados, mas o fundamental é a continuidade e reforço nas medidas de isolamento para que nossa cidade siga como referência no combate ao coronavírus. Este resultado também se deu por um trabalho eficiente que fizemos de comunicação à população. Utilizamos de forma eficiente as redes sociais, carros de som, folhetos informativos, e, principalmente, estabelecemos uma relação muito transparente e próxima de lideranças de bairro e religiosas, fundamentais para estreitar o relacionamento com a comunidade. 

Por que a prefeitura obrigou o uso de máscara e até aplicação de multa a quem não usar máscara? 

O uso de máscara é importante para reduzir o potencial de transmissão do coronavírus, reduzir a curva de crescimento do contágio e proteger nossa população e nossa rede de um colapso na saúde. Esta medida tem sido adotada em diversas cidades. Inicialmente trabalhamos com a orientação às pessoas e aos comerciantes sem a aplicação direta da multa. É importante esclarecer que a multa é uma determinação do código sanitário e não uma ação pontual para o coronavírus, além disso, é um pedido do Ministério Público que todas as determinações do município tenham a previsão de penalidades para garantir a eficiência das medidas. 

Como será feita a reabertura gradual do comércio? Existe uma previsão? 

A reabertura será feita respeitando os protocolos de segurança, a análise de dados sobre o cenário da contaminação pelo coronavírus e em sincronia com as medidas do governo federal e do governo do Estado. No entanto, estamos em contato direto com todos os segmentos de Hortolândia para preparar a transição para a reabertura da forma mais adequada e priorizando a proteção da saúde e da vida das pessoas. Quando tivermos sinal verde para iniciar esta retomada, a prefeitura estará ao lado da população para enfrentarmos os desafios sociais e econômicos. 

Existe mais alguma ação dos servidores municipais para ajudar no combate ao coronavírus? 

Além dos nossos servidores que estão na linha de frente do combate à pandemia e dos demais serviços essenciais, os profissionais em cargo de comissão, incluindo o prefeito, secretários e diretores de departamento da prefeitura vão doar até 20% dos seus salários para o fundo de enfrentamento ao coronavírus. Um gesto simples, mas muito simbólico para incentivar as pessoas nesta corrente de solidariedade. O valor será utilizado para ações e medidas de combate à doença. 

A Covid-19 também mudou a rotina do senhor por estar incluído no grupo de risco? O senhor também ficou com receio de contrair a doença? 

Eu gosto de estar perto das pessoas, de ouvir o povo, fazer reuniões e acompanhar o dia a dia do trabalho na cidade. Este momento de isolamento tem sido um período de aprendizado para reorganizar a maneira de fazer as coisas. Estou me familiarizando com as novas tecnologias e priorizando as reuniões por videoconferência, mas também tenho minha responsabilidade com o povo de Hortolândia, então, algumas agendas, eu ainda faço presencialmente, com todo o cuidado para me proteger contra o vírus. 

Quais são as lições deixadas pelo novo coronavírus ao ser humano e aos políticos? 

Não uma lição nova, mas um importante conceito que deve ser reforçado: quando se trata da proteção à vida das pessoas, não há partidarismo e sim a união de esforços para o bem comum. Nos momentos de extrema dificuldade, aflora o que temos de melhor: a solidariedade. 

Mudando de assunto, prefeito, uma das lutas de Hortolândia sempre foi a universalização do saneamento básico? A situação melhorou na cidade? 

O trabalho para entregar a o saneamento básico para toda a cidade é uma luta histórica e me orgulha muito o fato da nossa rede cobrir 97,6% de esgoto tratado e coletado em Hortolândia. Esforço de proteção a saúde e sustentabilidade reconhecido recentemente inclusive com o selo de qualificação Verde Azul do governo do Estado. Uma luta que iniciamos nos meus mandatos anteriores e que estamos trabalhando para atingir os 100%. 

Quais obras e políticas públicas serão priorizadas até o final do ano, no término do terceiro mandato do senhor? 

Independente da pandemia, algumas obras essenciais seguem em andamento, com todos os cuidados aos servidores e empresas envolvidas. Nós temos o Programa de Incentivo ao Crescimento, o PIC. Um programa com cerca de 100 ações para entregar mais qualidade de vida, gerar empregos e promover a inclusão social de forma consistente e sustentável, e medidas que vão preparar a nossa cidade para os próximos 30 anos. As melhorias vão desde entrega da Ponte Estaiada, passando pela reforma e ampliação do Hospital Municipal e vão até a troca da iluminação da cidade por lâmpadas de LED. Medidas que permitem a Hortolândia pensar em um horizonte com mais desenvolvimento e com uma infraestrutura pronta para a retomada do crescimento econômico. São obras de integração da cidade, melhoria da infraestrutura e mobilidade, mas principalmente, obras que vão preparar Hortolândia para receber novos e mais investimentos, empreendimentos, gerando empregos e renda para nosso povo. 

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