Hortolândia, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré possuem áreas que apresentam risco para desastres ambientais, como enxurradas, inundações e deslizamentos. É o que aponta um levantamento realizado em abril deste ano, divulgado na última semana, pela Secretaria de Especial de Articulação e Monitoramento – ligada à Casa Civil da Presidência da República.
Segundo o governo federal, o documento deve servir de base para definir a distribuição de recursos da nova versão do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O “Novo PAC”, como vem sendo chamado, foi anunciado no último dia 8 e prevê investimento de R$ 18,3 bilhões. O anúncio aconteceu em meio às enchentes registradas no Rio Grande do Sul.
Hortolândia, Sumaré e Santa Bárbara d’Oeste aparecem na lista como localidades com potencial risco de inundação e enxurradas. No caso das duas primeiras, há ainda risco de deslizamentos em áreas mapeadas, sugere o levantamento.
Sumaré é a única das três cidades com estimativa de pessoas em áreas mapeadas a riscos ge-hidrológicos. Ao todo, 13,9 mil pessoas estariam vivendo em áreas de risco no município.
De acordo com a Casa Civil, foram critérios para a classificação dados como número de desalojados, recorrência de desastres e óbitos ocasionado por eles, além de dados sobre vulnerabilidade a inundações e dias de chuvas acima de 50 mm durante as últimas quatro décadas.
“A urbanização rápida e muitas vezes desordenada, assim como a segregação sócio-territorial, têm levado as populações mais carentes a ocuparem locais inadequados, sujeitos a inundações, deslizamentos de terra e outras ameaças correlatas. Essas áreas são habitadas, de forma geral, por comunidades de baixa renda e que têm poucos recursos para se adaptarem ou se recuperarem dos impactos desses eventos, tornando-as mais vulneráveis a tais processos”, aponta o documento.
No Brasil, o governo federal mapeou 1.942 municípios suscetíveis a desastres associados a deslizamentos de terras, alagamentos, enxurradas e inundações, o que representa quase 35% do total dos municípios brasileiros.
A TV TODODIA questionou os municípios mencionados na nota técnica sobre investimentos municipais para conter desastres ambientais, bem como se há estudos para novas obras que poderiam ser contempladas pelo Novo PAC.
Por meio de nota, a prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste informou que duas áreas de contribuição hidrológica podem ser contempladas pelo Novo PAC: uma na região da Estrada do Barreirinho, no Jardim Conceição e no Bosque das Árvores, e uma na região do Santa Rita e São Francisco, incluindo a Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304).
A administração afirma que tem investido em serviços de desassoreamento contínuo em toda a extensão do Ribeirão dos Toledos, que corta a região central, além de ter construído piscinões no Jardim Conceição, São Fernando e na região da Estrada do Barreirinho, responsáveis pela captação de água de chuva e excesso de volume em períodos chuvosos.
“Vale ressaltar ainda que, anos antes, a Prefeitura executou a retirada de uma ilha de concreto existente no Ribeirão, na região do Conceição, que diminuía a largura do rio, com execução de nova ponte que possibilitou maior vazão do rio”, traz a nota.
A Prefeitura destaca ainda que estão em andamento as obras como a construção da nova represa do município, com alteamento da barragem e, consequentemente, maior controle na vazão da água proveniente dos mananciais.
“Seguem também os serviços às margens do rio, na região da Vila Romi, que possibilitarão melhor drenagem”, completa a nota.
As prefeituras de Hortolândia e Sumaré ainda não responderam.