No ano passado, o Centro de Referência e Atendimento à Mulher de Hortolândia registrou 614 atendimentos, contra 598 em 2021
O CRAM (Centro de Referência e Atendimento à Mulher) “Debora Regina Leme dos Santos”, de Hortolândia, registrou em 2022 o triste recorde de atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica. É o que revela o balanço do ano, apresentado pelo Departamento de Direitos Humanos e Políticas Públicas para Mulheres, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Governo. Em 2022 foram registrados 614 atendimentos, um aumento de 2,67% em relação a 2021, quando foram anotadas 598 mulheres atendidas.
De acordo com a assistente social e coordenadora do CRAM, Josefa Teixeira, o aumento da demanda pode ser atribuído a criação de novos canais de denúncias, a inauguração da primeira Delegacia de Defesa da Mulher de Hortolândia e o fortalecimento do trabalho desenvolvido pelo CRAM, fatores de apoio e que contribuem diretamente para que as mulheres procurem ajuda.
“Pudemos verificar que o isolamento social, em função da pandemia, contribuiu para elevar os casos de violência doméstica. Junto com esse aumento, notamos que houve criação de novos canais de denúncia e a inauguração da Delegacia de Defesa da Mulher, peças importantes para que elas se sentissem confiantes para procurar as autoridades e, assim, realizar a denúncia. Outro ponto importante, em Hortolândia, vem sendo a atuação do CRAM, em conjunto com a Guarda Municipal, cujo trabalho se consolida ao longo dos anos e hoje transmite uma confiança a mais para as mulheres, para que possam denunciar com a total segurança que o caso exige”, destacou Josefa.
Dos 614 atendimentos realizados no ano passado pelo Centro de Referência e Atendimento à Mulher, mais de 500 terminaram na concessão de medidas protetivas de urgência, ação estabelecida pela Lei Maria da Penha (n° 11.340, de 7 de agosto e 2006). “Ao longo de 2022, recebemos por e-mail, do Fórum de Hortolândia, mais de 500 medidas protetivas acatadas. O CRAM atua como articulador de diversos serviços públicos, tendo como objetivo primário acabar com a situação de violência vivenciada pela mulher atendida. Cabe ao órgão promover meios para que ela fortaleça a autoestima e tome decisões, a fim de livrar-se do ciclo de violência que vive”, comentou a coordenadora.
Desde 2017, quando o órgão especializado foi criado, a equipe multiprofissional já socorreu mais de 2,6 mil mulheres, realizou e intermediou milhares de procedimentos, entre acolhimentos e atendimentos psicossociais; orientação jurídica à vítima; registro de Boletim de Ocorrência Eletrônico; acompanhamento ao IML (Instituto Médico Legal), a hospitais e UPAs-24h (Unidades de Pronto Atendimento); retiradas de pertences com apoio da Guarda Municipal; além de recâmbio para cidades de origem e famílias extensivas.
Por conta das obras de reforma e ampliação da sede do CRAM, iniciados no mês de julho, os serviços foram realizados no CCMI (Centro da Melhor Idade) do Remanso Campineiro e, desde o mês de novembro, o atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica passou para a Casa do Conselho Municipal da Saúde – Rua Amoreiras,375, Pq. dos Pinheiros. Telefone (19) 3819-6298 e plantão pelo número (19) 97171-5655.