O guincheiro Kleber Alessandro de Melo, 44 anos, morreu em confronto com policiais militares do 10º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) na noite de domingo (23), no bairro Vila São Pedro, em Hortolândia. Ele foi apontado como o responsável pela morte da empresária Estela Maris da Costa Vieira, 32, que era irmã de um PM da Força Tática de Sumaré.
De acordo com um inquérito em andamento na Polícia Civil, a mulher teria sido morta por esganadura e, em seguida, o corpo foi colocado em quatro pneus de caminhão, onde foi parcialmente queimado, na madrugada de quinta (20).
Segundo o boletim de ocorrência, o guincheiro chegou a ser localizado pela Polícia Militar no bairro Chácaras Pindorama, em Monte Mor. Na ocasião, os PMs deram ordem de parada a ele; contudo, ele não obedeceu e ainda efetuou uma manobra perigosa com o caminhão.
O suspeito acionou o freio, engatou marcha ré para atingir a viatura e os policiais, porém não conseguiu. Foi realizada a perseguição até uma área de mata, onde ele desceu do veículo e, em seguida, efetuou disparos de arma de fogo contra os policiais, mas não os atingiu. O guincheiro correu em direção a uma área verde, pulou em um lago e fugiu.
No domingo, o 10º Baep foi apurar uma denúncia sobre a localização do possível autor, que estaria em uma residência. Ao notar a presença da equipe, ele tentou fugir para o interior do imóvel.
De acordo com a PM, Kleber efetuou um disparo contra os agentes com uma pistola. Houve revide e o suspeito foi atingido.
Os policiais acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas os socorristas confirmaram a morte dele.
A Polícia Científica realizou a perícia no local, e as armas foram recolhidas pela Polícia Civil.
INVESTIGAÇÃO
O caso segue em investigação sob a coordenação do delegado Fernando Bueno de Castro. A morte de Estela foi o primeiro caso de feminicídio registrado em Monte Mor, em 2025
Imagens de câmeras de segurança, que já estão em poder da polícia, registraram uma movimentação na casa do guincheiro durante a madrugada, no mesmo dia em que o corpo da empresária foi encontrado.
AMEAÇAS
De acordo com a apuração, Estela estava residindo na casa de Kleber há um mês, mas recentemente registrou um boletim de ocorrência no plantão policial de Sumaré contra o namorado e a ex-convivente dele.
As acusações foram de violência doméstica, lesão corporal, ameaça e injúria racial. Ninguém foi preso.
Segundo relatos da vítima, Estela descobriu que o namorado havia reatado o relacionamento com a ex. Ela teria retornado à residência do guincheiro para retirar suas coisas, quando foi surpreendida pela mulher, que a agrediu com empurrões, socos e puxões de cabelo.
A mulher também teria feito ofensas racistas contra a empresária; inclusive, o próprio namorado teria ameaçado Estela e o filho dela, de 15 anos.
