Cerca de 140 profissionais da rede municipal de saúde de Hortolândia, que atuam em unidades de atenção primária, especializada ou de urgência/emergência, participaram, nesta terça-feira (10), de formação específica sobre “Esporotricose”, promovida pela Prefeitura. As aulas aconteceram no plenário da Câmara Municipal, no Pq. Gabriel, sendo os participantes divididos em duas turmas, uma pela manhã e outra à tarde.
Segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Renata Cristina Muller, o objetivo da formação é tornar os participantes aptos a suspeitar, diagnosticar e tratar os casos humanos da doença, considerada endêmica no Brasil atualmente, isto é, existente no País e capaz de se espalhar entre animais e humanos, devendo ser monitorada, prevenida e combatida. “Nestes últimos anos houve considerável aumento de casos em animais e humanos em nossa região e em 2023 passou a ocorrer transmissão autóctone em nosso município”, afirma a pedagoga da Secretaria de Saúde.
Em Hortolândia, o primeiro caso da doença em animais foi registrado pela UVZ (Unidade de Vigilância de Zoonoses) em 2019. Tratava-se de um caso importado, o de um gato que veio transportado na carroceria de um caminhão oriundo de outra cidade. Desde então, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, tem realizado uma série de ações para evitar a propagação da doença, tais como formações e busca ativa em bairros, após o surgimento de casos suspeitos. O primeiro caso registrado em humanos ocorreu em maio de 2023. Já em 2024, até o dia três deste mês, foram confirmados outros cinco casos em gatos e mais um em humano.
Sobre a doença
O informe técnico sobre a doença utilizado durante a formação ensina que a Esporotricose é uma infecção causada pelo fungo “Sporothrix schenkii”. Ele pode ser encontrado no solo, em cascas de árvores, espinhos, palhas e outros materiais em decomposição. A transmissão para os humanos pode ocorrer tanto pelo contato direto com algum material vegetal contaminado quanto por meio de animais de estimação infectados, sobretudo gatos. Neste caso, o fungo se espalha por meio da saliva ou outras secreções existentes onde há lesões, mordidas ou arranhões.
Em pessoas, o sintoma mais característico é o aparecimento de feridas vermelhas que não cicatrizam e podem aparecer ainda lesões acompanhando os vasos linfáticos. Também podem surgir ínguas, febre e dor nas articulações. Nos animais, costumam surgir feridas principalmente na cabeça e nas patas, que não cicatrizam e se espalham pelo corpo. Pode ocorrer o aumento de volume na região do focinho, associado a sintomas respiratórios como espirros e secreção nasal.
Tratamento
A esporotricose tem cura, tanto para humanos quanto para gatos e cães, por meio de tratamento com antifúngicos. Animais com a doença devem ser isolados e mantidos em local seguro até o final do tratamento. O isolamento é necessário para evitar a transmissão da doença para outros animais e seres humanos.
Recomenda-se ao tutor do animal infectado que use luvas, caso precise tocar no pet. É necessário também desinfetar o local onde o animal contaminado ficará, bem como utensílios que estejam no espaço. A desinfecção deve ser feita com uma mistura de três partes de água para uma parte de água sanitária.
Caso o animal com esporotricose morra, deve ser cremado ou destinado à coleta de materiais infectantes disponibilizada pela UVZ (Unidade de Vigilância de Zoonoses) e pelo DPBEA (Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal), órgão da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Caso sejam constatadas feridas em um gato ou em um cachorro, a orientação é procurar um médico veterinário ou entrar em contato com a UVZ ou o DPBEA pelos telefones (19) 3897-5974 e (19) 3897-3312. Os dois órgãos estão localizados na Rua Atanázio Gigo, 60, Chácaras Recreio 2000.