Referência para toda a região de Campinas na área de epidemias infecciosas, o HC (Hospital das Clínicas) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) anunciou nesta segunda-feira (27) um conjunto de medidas para combater possíveis casos de coronavírus.
A epidemia da infecção respiratória começou na China e já tem infectados em pelo menos 12 países, com ao 81 mortes confirmadas até ontem. No Brasil não há nenhum caso até o momento.
O protocolo adotado pelo HC prevê, após a eventual identificação em qualquer unidade hospitalar da região, o isolamento de pacientes sob suspeita e o diagnóstico pelo descarte de outras infecções – já que os sintomas são semelhantes aos da Influenza (gripe comum) e o teste para detecção do vírus ainda não está disponível no Brasil.
As investigações estão sendo dirigidas no sentido de conhecer o comportamento e a transmissibilidade do 2019-nCoV, como vem sendo chamado o novo vírus.
A transmissão pessoa-pessoa se dá através da via respiratória, por secreções produzidas por exemplo, durante episódios de tosse, espirros e coriza, semelhante à transmissão do vírus da influenza.
O HC da Unicamp mantém uma equipe multidisciplinar especializada, inclusive na área de emergência, equipamentos específicos de vestiário, exames laboratoriais e 18 leitos especiais (isolamento) sendo dois pediátricos de pressão negativa com filtro EPA para internação de pacientes com microorganismos de transmissão aérea.
Para ser considerado um caso suspeito, o paciente deve ter viajado para o país asiático – mais precisamente para a cidade de Wuhan, província de Hubei – ou ter tido contato próximo com alguém que fez esse deslocamento e estava doente em um prazo máximo de 14 dias antes do quadro clínico. Os sintomas mais comuns são tosse, febre e infecção respiratória aguda (com dificuldade para respirar).
“É importante tranquilizar a população que, neste momento, não temos no Brasil nenhum caso. Os registros de fora da China foram de pessoas que estiveram na cidade onde é o epicentro da doença até agora, sem nenhum caso de transmissão secundária”, afirma a infectologista Maria Luiz Moretti, coordenadora do setor de epidemiologia da Unicamp.
Por Walter Duarte