No Brasil, uma pessoa é considerada idosa a partir dos 60 anos, conforme o Estatuto do Idoso, que garante direitos como saúde, previdência, assistência social, prioridade na vida pública e acesso a benefícios como meia-entrada em eventos culturais e transporte coletivo.
Crescendo
Atualmente, a população com 60 anos ou mais já ultrapassa 32 milhões de pessoas, o que representa 15,6% do total de brasileiros. O número cresceu 56% em relação a 2010, quando havia pouco mais de 20 milhões de idosos, correspondendo a 10,8% da população.
Americana
Em Americana, estima-se que cerca de 47 mil moradores estejam nessa faixa etária, o equivalente a 19,12% dos habitantes. No dia 1º de outubro, data em que se comemora o Dia Nacional do Idoso, quatro moradores da região compartilharam suas experiências e percepções sobre o envelhecimento e as mudanças no tratamento aos mais velhos ao longo das últimas décadas.
Professor Geraldo
O professor aposentado Geraldo Bazanella, de 72 anos, idealizador do Salão do Humor Internacional de Americana e do FECA (Festival Estudantil da Canção), afirma perceber transformações profundas. Segundo ele, a rotina moderna contribuiu para o isolamento dos idosos. “Outrora, as famílias abraçavam seus próprios idosos. Hoje, com o excesso de trabalho e a mudança no papel da mulher, que também passou a trabalhar fora, o idoso se viu sozinho. Proliferaram-se as casas de repouso e internações”, disse. Aposentado desde 2011, Bazanella destaca que buscou dar continuidade a seus projetos culturais como forma de manter-se ativo.

Independente
Carmen Lúcia, de 75 anos, faz questão de manter independência e vitalidade. “Eu lavo, passo, cozinho e faço tudo em casa. Não sinto diferença”, afirma. Recentemente, incentivada pela neta, passou a frequentar academia. Carmen critica a falta de respeito no trânsito e nas ruas. “Os motoristas não respeitam o idoso. As motos, então, passam por cima se puderem”, lamenta.

Educador e escritor
O educador aposentado João Rodela, 88 anos, encontrou na literatura sua maior motivação para seguir em frente, mesmo após enfrentar 14 cirurgias. Apaixonado por Machado de Assis e Castro Alves, está prestes a publicar seu 41º livro. “A leitura e a escrita foram minha salvação. Sem elas, eu não estaria vivo. Se sobrar um tempinho, leio um livro por dia”, contou. Rodela escreve tudo à mão, com o auxílio da neta para digitalizar os textos.

Leitura e jogos para se manter atiav
Com 86 anos, Maria Antônia fez parte de um grupo da terceira idade aos 45 e defende que determinação é o segredo da longevidade. Durante a pandemia, encontrou na leitura e em jogos de palavras uma forma de se manter ativa. “Não existe limite de idade para quem tem vontade. Caminhar, cuidar da casa, interagir com amigos e jovens, tudo isso é fundamental. O idoso não pode se anular”, afirma. Maria credita sua saúde à alimentação natural e à ausência de vícios.

Feliz dia do idoso!
As histórias desses quatro moradores revelam trajetórias diferentes, mas que convergem em um ponto comum: a busca por qualidade de vida e reconhecimento social. No Dia Nacional do Idoso, suas vozes reforçam que envelhecer é também reinventar-se.