sexta-feira, 6 dezembro 2024

Inflação já atinge ração e alimentos para pet

 Devido à alta dos preços, que chega a 35%, setor praticamente estagnou

PETS | As cadelas Molly e Jessie, em momento amor (Foto: Divulgação)

A alta dos preços não é notada pela população apenas em alimentos nos supermercados, mas também em agropecuárias e petshops da região. Devido a inflação, a alta do dólar e a guerra na Rússia, a soja, milho, trigo e carne, ingredientes que compõem as rações para pets, tiveram seus preços elevados, refletindo diretamente no valor desse tipo de produto. 

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos Para Animais de Estimação (Abinpet), entre os anos de 2020 e 2021, as matérias-primas de origem animal, passaram por aumento de mais de 50% na farinha de carne, 45% na farinha de vísceras e 70% no óleo de frango. Já neste ano, a alta dos preços foi de 16%, comparado com o ano anterior. 

“Os números apontam que a indústria de pet food representa 80% do faturamento do setor. Pet vet atualmente é cerca de 14%, e pet care 6%. Essas porcentagens são praticamente as mesmas em relação aos números de 2021, o que demonstra que não existiu grande alteração na cadeia de produção e demanda”, informa o presidente-executivo da Abinpet, José Edson Galvão de França.

Comerciantes do ramo de Americana e região relatam que os preços de produtos alimentícios para pets tem estado cada vez mais caros, com reajustes frequentes. Os comerciantes informam que esse aumento gira em torno de 10%, podendo variar dependendo do fabricante e da marca que trabalham.

“A indústria de petfood não é diferente da indústria de alimento. Como é usado milho, soja, farelo de vísceras de frango e carne bovina, ela teve aumento considerável. Do ano passado para cá, totalizando, foi um aumento de 30 a 35%. Foram aumentos a cada dois meses, seguindo a cotação de grão e a oscilação do combustível”, explica o proprietário de uma grande rede de petshop de Americana e Santa Bárbara d’Oeste, que preferiu não se identificar.

O dono de uma casa de ração em Americana, Gustavo Torres, afirma que o reajuste em alimentos para animais de estimação tem atingido tanto os comerciantes do ramo pet como os consumidores desses produtos.

“Infelizmente a ração aumenta cada dia mais. Golden, por exemplo, no começo do ano o preço de venda do saco de 15 kg era de R$ 153,90 e hoje ela está 164,90.”, exemplifica o comerciante.

Já para os “pais de pet” é necessário pesquisar bem e adotar algumas estratégias de economia para não sentir tanto o aumento desses preços. A estudante Melissa Reis, dona de Charlie, Molly e Jessie, conta que depois dos reajustes constantes, optou comprar por aplicativos onde é possível adicionar alguns cupons de desconto.

“Percebi um reajuste bem considerável no valor da ração e tive que achar alguns meios de economizar. Como comprar por aplicativo e adicionar cupom de desconto. E depois que minha cachorra foi diagnosticada atópica, tive que comprar rações super premium, deixando ainda mais alto o valor.”, comenta Melissa.

A alta do valor da ração não atinge apenas os alimentos voltados para cães e gatos, mas também para outros tipos de animais de estimação, como os peixes. O publicitário Hugo Salvatti possuí um aquário com ao menos 20 peixes e também reclama do preço da ração para peixe.

“Está tudo muito caro! Eu pagava uns R$ 23 na ração do peixe e hoje ela está por volta de R$ 30. Tudo para peixe é muito caro, mas teve um aumento nos últimos tempos”, conta ele.

Para tentar frear a alta dos preços, as indústrias tem diminuído suas margens de lucro, tentando não repassar aos consumidores o custo de produção. “Mas sabemos que, a médio prazo, a conta não fecha” explica o presidente Abinpet.

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