Com a entrada na estação mais gelada do ano vem também o aumento das doenças respiratórias. A lista de enfermidades inclui resfriados, gripes, Covid-19, pneumonia e até coqueluche, que estava erradicada do país. O aumento das doenças respiratórias já preocupam os médicos. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, até o começo de maio deste ano foram notificados 20.839 casos de pessoas hospitalizadas com síndrome respiratória aguda grave.
“No inverno é comum as pessoas ficarem em ambientes fechados, que além de aumentar a aglomeração, ainda evita que o lugar seja ventilado. Além disso, elas também tendem a diminuir a frequência com que se lava as mãos, por conta da água gelada. Tudo isso, combinado à redução da umidade do ar, é o combo perfeito para acabar adoecendo”, explica Rodrigo Athanazio, pneumologista e diretor médico da Melvi Saúde.
O médico esclarece que existem diversas doenças que acometem os pulmões, e que saber a diferença entre sintomas é fundamental para diagnóstico rápido e, consequentemente, maiores chances de melhora.
A coqueluche, por exemplo, é uma infecção respiratória causada por uma bactéria. A doença, que antes era controlada e até esquecida pelas pessoas, voltou a ter um aumento significativo neste ano, preocupando a Organização Mundial da Saúde (OMS) por conta das Olimpíadas de Paris. Dados da Secretaria de Saúde de São Paulo revelaram que a capital já notificou 165 casos da enfermidade desde janeiro. No ano passado, foram 14 casos registrados em 12 meses.
Afetando as vias respiratórias e causando crises de tosse seca e falta de ar, a coqueluche é transmissível e atinge, principalmente, bebês e crianças. No começo os sintomas são similares aos de um resfriado, com mal-estar, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa. Após algumas semanas a tosse começa a piorar até se tornar tão intensa que acaba comprometendo a respiração, além de causar vômitos e cansaço extremo.
“Apesar da maioria das pessoas conseguirem se recuperar sem sequelas, nas formas mais graves da doença o quadro pode evoluir para complicações severas, como pneumonia, parada respiratória, lesão cerebral e morte. A prevenção mais segura é a vacina, que é disponibilizada, gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças de até seis anos, gestantes, puérperas e profissionais da saúde que trabalham em maternidades e/ou serviços de atendimento a recém-nascidos”, comenta Rodrigo.
O Programa Nacional de Imunizações também prevê para o calendário de vacinação da criança a vacina pneumocócica 10 valente, que previne, em média, 70% das doenças como pneumonia, meningite e otite. Para adolescentes, adultos — de grupos de risco — e pessoas com mais de 60 anos, há a pneumocócica polissacarídica 23-valente.
Segundo Athanazio, a pneumonia, na maior parte dos casos, é infecciosa, provocada por vírus, como a influenza (vírus da gripe) e coronavírus (causador da Covid-19), e bactérias, como a pneumococo, por exemplo. “Para os três citados há vacinas disponíveis, que existem para todas as faixas etárias. Na dúvida, converse com seu médico para que ele possa analisar e indicar os imunizantes necessários.
Tratamentos e hábitos saudáveis:
Além das vacinas, é muito importante que o paciente adote hábitos saudáveis para fortalecer o sistema imunológico.
- Pratique atividade física com regularidade;
- Se exponha ao sol por, pelo menos, 15 minutos diariamente;
- Consuma bastante água e se mantenha hidratado;
- Tenha uma alimentação balanceada, com alimentos ricos em vitaminas e nutrientes;
- Permita a ventilação do ambiente deixando as janelas e portas internas abertas;
- Lave bem as mãos e use máscara sempre que precisar ficar em lugares com aglomeração de pessoas.
“Se medicar por conta própria é arriscado, pois os remédios acabam mascarando os sintomas, dificultando o diagnóstico médico. Por isso, se houver indícios gripais persistentes, a recomendação é buscar o serviço de saúde mais próximo de você”, conclui o pneumologista.