sexta-feira, 26 abril 2024

Lista de espera por vaga em creches em Americana sobe para 750

A lista de espera para vagas em creches municipais em Americana tem cerca de 750 crianças, segundo a secretária de Educação, Evelene Ponce Medina, relatou nesta quinta-feira (10), durante a sessão da Câmara. Em fevereiro, eram 310. O número aumentou com a abertura de novas inscrições. 

Convidada para explicar a demanda de falta de vagas em creche na cidade, a secretária disse ter resolvido a situação na Praia Azul. 

“Essas 310 vagas a gente teria diminuído se não fosse a pandemia. Porque às vezes a mãe trabalha em um bairro que tem vaga. Paramos justamento no meio deste processo”, explicou Evelene. Ela disse não saber quando farão inscrições de alunos em creches novamente. 

“Tenho que evitar que a mãe vá até a escola em pandemia. Não sei se terá vacina para o ano que vem, talvez a gente tenha que ainda em 2021 redividir os alunos em salas para ter número menor de alunos e aí não vou conseguir pegar aluno novo. Então estamos trabalhando dia a dia para resolver”, revelou a secretária. 

Evelene frisou ainda que todo ano saem da creche 1,5 mil alunos, crianças de 4 e 5 anos, que vão para as Emeis (Escolas Municipais de Ensino Infantil). “Abre 1,5 mil vagas todo ano, mas a média de nascimento de crianças em Americana é de 2,6 mil crianças no ano. Hoje é uma demanda que está acima do que podemos atender”, disse. 

A secretária foi convidada a comparecer na sessão desta quinta pelo presidente da Câmara, Luiz da Rodaben (Cidadania), para tirar dúvidas dos vereadores e explicar a respeito dos critérios de demanda de vagas em creche na cidade. 

Na sessão anterior, os parlamentares aprovaram mudança de contrapartida que previa quatro novas salas de aula para creche do Jardim Boer; agora, serão três para o Ciep Jaguari. A mudança foi feita porque a creche do Boer não está pronta. A obra, do governo do Estado, tinha previsão para ser entregue em dezembro, está parada e não deve ficar pronta este ano. 

Vereadores questionaram a decisão, perguntando se o Jaguari estava realmente precisando das salas e se não havia outra região mais necessitada. 

“Para desconfiar de uma secretaria a gente tem que bancar, porque tenho sido honesta e transparente, nunca neguei pedido ou atendimento ou desrespeitei nenhum vereador”, afirmou Evelene. “Fiquei muito decepcionada, para não dizer outra coisa, com algumas falas daqui na semana passada”, ressaltou. 

A secretária contou que inicialmente a ideia era construir as salas na Casa da Criança Pitanga, na Praia Azul, mas a área do terreno é insuficiente. 

“Se construir as quatro salas não cabe mais o parque, por isso descartamos. Avaliamos que hoje a Casa da Criança Jaguari cresceu a demanda de 2019 para cá”, justificou. 

Segundo a secretária, tudo é embasado em estudos. “Não é assim, a secretaria decidiu. É uma região que tem crescido muito e demanda essa construção. Não que na Casa da Pitanga não precise. Inclusive temos projeto para tentar pelo menos mais três salas lá, que seriam feitas através de adequação, sem precisar de construção”, revelou. 

De acordo com Evelene, a Creche do Panambi, também na Praia Azul, ganhará quatro salas de aula, com construção de outro empreendimento que já está quase pronta, de outra contrapartida. “Com essas sete salas resolvemos a demanda de falta de vagas em creche na Praia Azul, que tem a segunda maior demanda”, disse. 

Ela afirmou que a maior demanda é na região do Cidade Jardim, mas que deve sair uma parceria com o governo do Estado para reforma da Casa da Criança Arauna. “O prefeito assinou na quarta-feira e está indo para licitação, então vai resolver uma boa parte da questão. Sobrando, portanto, a terceira área com maior demanda, que é a região do Jaguari”. 

Maria Giovana (PDT) declarou que não viu nenhuma ofensa pessoal à secretária na sessão passada. “Pelo contrário, fizemos o que temos que fazer, tentar entender, buscar detalhes técnicos, não vi nada de errado, peço que nos disponibilize os estudos técnicos”. 

Evelene prometeu voltar à Casa de Leis para falar de outros temas desejados pelos vereadores. 

Vagner Malheiros (PSDB), que na sessão passada foi um dos mais críticos à mudança, negou ter duvidado da honestidade de Evelene e disse que segundo informação extraoficial do Conselho Tutelar, são 1,5 mil sem creche hoje. 

Evelene rebateu. “O senhor teve sete meses para me questionar, explicaria com todo prazer”. Malheiros respondeu. “Então a culpa é minha? Tem a demanda reprimida e a culpa é minha? Tá fácil né”, ironizou. “Não sei”, respondeu a secretária. 

“Não vamos esquecer de devolver depois as quatro salas de volta pra região do Boer”, pediu Padre Sérgio (PT). 

Thiago Martins (PV) criticou a demora do Estado na obra da creche do Boer. “Se tivesse entregado essa discussão não existiria. A obra caminha a passos de tartaruga e a gente finge que não vê. Já enjoei de cobrar resposta. Temos que nos unir para cobrar isso, a demanda só vai aumentar”, afirmou. 

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