Como muitas no País, Americana é uma cidade de contrastes. De um lado, uma cidade moderna, desenvolvida. Mas de outro, o retrato de danos ambientais, coisa de Terceiro Mundo. A estética é deprimente, mas o problema de saúde pública também preocupa.
Esse é o cenário no final da Avenida Florindo Cibin, no cruzamento com a Rua Serra do Japi, no Parque da Liberdade. O “lixão” a céu aberto começa nessa esquina e se estende por uma estrada de terra, com acesso à antiga Fibra, Doosan e Avenida São Jerônimo. Ali o lixo e entulho se acumulam por cerca de 500 metros ao lado de uma área de preservação ambiental, de propriedade particular. Na beira da estrada há de tudo: restos de construção, madeira, galhos de árvores, móveis velhos, pneus, vasos sanitários e lixo orgânico. São tantos materiais despejados que a rua vai ficando estreita para os veículos.
Indignado com o descarte irregular de lixo e entulho no local, o motorista de aplicativo Pedro Pelizari, 59 anos, gravou um vídeo e publicou em rede social. As imagens mostram porcos chafurdando no local em busca de alimentos. “Aqui virou um lixão a céu aberto e a prefeitura tem que tomar providências e fazer uma limpeza geral. É uma vergonha, tem residências próximas. É rídiculo para uma cidade como Americana”, reclamou.
Geraldo da Silva, 66 anos, morador no Parque da Liberdade, conta que pessoas vêm de fora para jogar lixo e entulho no bairro. “Aqui ninguém mais segura, as pessoas vêm de caminhão, Kombi, de dia e de noite, descartar a sujeira”, afirmou.
Na opinião do tecnólogo têxtil Sete Pereira, 44 anos, morador vizinho ao local, a Prefeitura deveria criar um espaço – “ecoponto” – para que a população possa descartar seus resíduos na região. Atualmente, Americana já tem sete Ecopontos instalados em vários bairros. “Não adianta só punir, tem que dar condições para um descarte responsável”, referindo-se a algumas multas aplicadas.
Para ele, um cidadão com uma carriola de entulho não tem como pagar uma caçamba ou levar o material longe do bairro.
O amontoado de lixo e entulho provoca também o aparecimento de bichos nas residências próximas, como ratos, baratas, escorpiões e cobras. “Eu mesmo já matei uma cobra dentro de casa”, revelou.
Questionada, a Sosu (Secretaria de Obras e Serviços Urbanos) informou, por meio da Assessoria de Imprensa, que realiza constantemente limpezas no local para retirada de lixo descartado irregularmente pela população.
A Secretaria de Meio Ambiente diz que o local é inserido no roteiro de rondas ambientais do GPA (Grupo de Proteção Ambiental), que realiza diariamente patrulhas como forma de coibir o ato criminoso.
A Sosu informou, na última terça-feira, que vai enviar novamente uma equipe ao local para tomar as providências necessárias. Informou, também, que existe uma placa de proibido jogar lixo e entulho alertando a população.
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, a multa para quem for flagrado cometendo o crime de descarte irregular é de R$ 975,86.
A pasta orienta que o munícipe que flagrar o descarte, se conseguir fotografar o veículo no momento e informar o emplacamento, é só enviar para a Secretaria do meio Ambiente, que tomará as providências cabíveis.