quinta-feira, 2 maio 2024

Mulheres são as mais afetadas pela crise no mercado de trabalho

As mulheres foram as mais afetadas pela crise, por conta da diminuição do emprego doméstico e queda de vagas em setores especialmente prejudicados pela pandemia, como comércio e serviços, onde a participação delas é intensa. 

A análise foi feita pela economista Eliane Rosandiski, do Observatório da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica), que ontem disponibilizou os dados consolidados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) dos 20 municípios que fazem parte da RMC (Região Metropolitana de Campinas) durante o primeiro semestre do ano. 

Na RMC, foram 33 mil postos de trabalho fechados neste período. No mês de junho, o saldo de empregos fechou negativo em 2.325 vagas, o menor índice registrado no período de isolamento social. 

Sozinha, a cidade de Campinas registrou a maior queda de vagas no período: foram 15.627 postos de trabalho fechados. Uma notícia que serve de alento é que, em junho,  as vagas voltaram a crescer em setores como a construção civil e atividades ligadas a informação e comunicação. 

As demissões continuaram, mas em ritmo de menor intensidade, nos setores da indústria, do comércio e de serviços. 

Os dados do Caged mostraram que algumas cidades fecharam o mês com índice positivo de emprego. Juntas, Americana, Santa Bárbara, Nova Odessa, Sumaré e Hortolândia encerraram junho com 5.394 contratações, contra 5.169 demissões. Saldo de 225 novos postos de trabalho. 

Segundo os analistas da PUC-Campinas, a adesão de empresas à flexibilização do contrato de trabalho (em concordância com a lei 12.040), resultou em mais de 380 mil acordos e preservou cerca de 40% dos empregos no semestre. 

“A questão é que essa modalidade de flexibilização é por prazo determinado. O desafio é saber se a economia irá se recuperar, evitando movimentos de demissões mais intensos no segundo semestre”, disse a economista. 

A professora explica, ainda, que as medidas adotadas para a preservação de empregos devem atrasar a retomada da economia, uma vez que as suspensões ou reduções de jornada de trabalho afetam diretamente o bolso do trabalhador e diminuem seu poder de consumo. 

“A falta de preocupação com a elaboração de programas de manutenção de renda coloca em xeque o volume de demanda necessário para recuperar a economia de maneira mais efetiva no pós-pandemia”, resume. 

SAIBA MAIS 

O Observatório PUC-Campinas, criado em 2018, divulga estudos temáticos regionais e discute o desenvolvimento econômico e social da RMC (Região Metropolitana de Campinas). As informações, que englobam indicadores sobre renda, trabalho, emprego, setores econômicos, educação, sustentabilidade e saúde, são de interesse da comunidade acadêmica, dos gestores públicos e dos próprios cidadãos. 

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