sábado, 26 abril 2025

Munícipe entra com pedido de impeachment contra prefeito de Piracicaba e juiz impede votação na Câmara

Robson Robert Moreira protocolou o pedido na última sexta-feira (24) e a abertura do processo seria votada nesta quinta-feira (30), porém decisão da Fazenda Pública impediu 

Foto: Divulgação da Prefeitura de Piracicaba

 O morador de Piracicaba Robson Robert Moreira protocolou um pedido de impeachment contra o prefeito da cidade Luciano Almeida, atualmente sem partido, com os argumentos de “falta de médicos no sistema público de saúde” e “omissão” pelo SEMA (Serviço Municipal de Água e Esgoto) contratar a mesma empresa duas vezes, em menos de um mês, para realizar pavimentação de asfalto no município.

O pedido foi protocolado na Câmara Municipal na última sexta-feira (24) e seria votada a abertura do processo de cassação do prefeito na sessão ordinária nesta quinta-feira (30), porém uma liminar emitida pelo juiz Maurício Habice, da 2ª Vara da Fazenda Pública, aceitou a argumentação da defesa do prefeito de que o autor do pedido não está regularizado na Justiça Eleitoral e, por isso, impossibilitado de fazer o pedido de impeachment.
“No tocante ao cometimento ou não das infrações políticos-administrativas, seja por ação ou omissão, e que enseje o impedimento do denunciado, entende o denunciante que as condutas ao menos indicam grave comportamento, de cunho omissivo e doloso, a justificar a sua responsabilidade pessoal”, apresenta Robson.
O munícipe se baseia na Lei Orgânica Municipal para realizar o pedido e detalha a quantidade de buracos na cidade, com base em fotos georeferenciadas. Ele argumenta que não eram necessários dois contratos, no valor total de R$ 9 milhões, para tapar 842 buracos no município.

“A pasta da Saúde vem sofrendo com a escassez de médicos, principalmente nas áreas especializadas que precisam desses profissionais”. Sobre a falta de médicos na Saúde Pública, Robson apresenta uma listagem de pacientes à espera de atendimento especializado em Piracicaba, que podem ser consultada no Portal da Transparência. Além de requerimentos de vereadores cobrando a prefeitura.
“Não poderia alegar desconhecimento dos fatos”, aponta no documento encaminhado ao presidente da Câmara Municipal, Wagner Alexandre de Oliveira (Cidadania).

Outro lado

O prefeito de Piracicaba emitiu uma carta aberta nesta sexta-feira (31) através de suas redes sociais. “As alegações totalmente absurdas e falaciosas partem da premissa que nada, repito, nada é feito por esta Prefeitura no sentido de tentar repor a falta de profissionais de Saúde e, consequentemente, diminuir filas de consultas e exames”, diz no início do texto.
Luciano Almeida ainda diz que foram realizados diversos concursos, mutirões, contratação de plantonistas e mais recentemente OSs para gestão de UPAS e adesão ao consórcio CISMETRO. “São algumas das ações feitas para buscar atenuar, pois resolver a questão é mais complexo, já que o cerne da questão é o teto do salário do prefeito que faz com que os profissionais busquem outros municípios para trabalhar. Fato este totalmente conhecido pela Câmara Municipal e pela Sociedade. Diante disso, pergunto: onde está a omissão? A acusação é totalmente indevida”, indaga.
Com relação aos contratos da empresa responsável pela reposição asfáltica das obras do Semae, o prefeito diz que “é fundamental destacar que trata-se de uma autarquia com plena autonomia administrativa, ou seja, se houvesse omissão seria do seu gestor, que tem feito enormes esforços para recuperar o asfalto feito por anos de forma inadequada e que agora, com contratos e fiscalizações, tem buscado fazer da forma correta e refazendo serviços do passado também da forma correta. Mais uma vez pergunto: OMISSÃO? De quem?” se defende o chefe do Executivo”, declara por meio da carta.
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