terça-feira, 12 novembro 2024

No dia Mundial de Combate à Tuberculose, infectologista comenta sobre a necessidade de ir aos usuários de drogas e moradores em situação de rua

 O objetivo da data é conscientizar a população a respeito da doença infectocontagiosa; veja os números de casos, sintomas e tratamento

A data 24 de março foi escolhida pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, uma campanha que busca conscientizar a população a respeito da doença infectocontagiosa, que afeta principalmente os pulmões, mas também pode acometer os ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro).

O infectologista Arnaldo Gouveia Junior comentou que o grande desafio é chegar aos grupos com maior incidência, por exemplo, os usuários de drogas, as pessoas alcoólatras, moradores em situação de rua e os presidiários. O médico explica que o ideal seria a existência de um programa que seguissem e medicassem essas pessoas na rua e nos locais com maior incidência de casos.

“Em locais aglomerados para consumo de drogas, o número de casos é maior. Nós estamos em 2023 e temos mais 50 mil casos por ano no Brasil. E mais de 4 mil mortes, em média, apesar da medicação disponível”, alerta.

Ele explica também que o alcoolismo e consumo de drogas agrava a doença, pois a pessoa vai substituindo a alimentação pelas substâncias. “Quanto o alcoolismo quanto à droga, desnutri e perde. Vão moram em condições amontoadas em sub-habitações. Nos lugares com muita gente desnutrida e acumuladas em espaços menores, existe maior transmissão”, disse.

O médico detalha que o tratamento da tuberculose leva em torno de seis meses, mas pode superar um ano em casos mais graves. “Qualquer pessoa que diminui a imunidade, aumenta a gravidade e formas mais severas da doença. Cada vez que aumenta reincidência fica mais difícil tratar e o tratamento pode levar mais de um ano. Tem casos que tem de tratar compulsoriamente”.

Em Americana, o infectologista comenta que o tratamento da doença é realizado no ambulatório do SAE (Serviço de Assistência Especializada), que fica ao lado do Hospital Municipal “Dr. Waldemar Tebaldi” de Americana, na Rua Cuiabá esquina com Rua Ana Almeida Pioli.

Em 2021, foram registrados 1,6 milhões de óbitos ao redor do planeta decorrentes da enfermidade. A OMS ainda estima que cerca de 30 mil pessoas adoecem no mundo, todos os dias, ocasionando 4,5 mil mortes diariamente. Após a COVID-19, a tuberculose é a doença infecciosa mais mortal.

Além disso, cada paciente com tuberculose que não passa por tratamento, pode infectar em média 10 a 15 pessoas por ano. Alguns fatores contribuem para a disseminação da doença, como a pobreza, a AIDS, a desnutrição, as más condições sanitárias e a alta densidade populacional. No total, 30 países de baixa e média renda concentram mais de 80% dos casos globais.

Tuberculose no Brasil

Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, em 2021 foram registrados mais de 68 mil novos casos. Número próximo aos diagnósticos de 2020, quando mais de 4,5 mil pessoas morreram em virtude da infecção.

Sintomas mais frequentes

  • Tosse persistente (por mais de duas semanas), pode conter também sangue ou escarro;
  • Febre;
  • Sudoração noturna;
  • Perda de peso;
  • Dores no peito;
  • Fadiga
  • No entanto, alguns pacientes não possuem sintomas, enquanto outros apresentam alguns indícios que podem passar despercebidos, sendo confundidos com uma gripe, e evoluir durante 3 a 4 meses sem que a pessoa infectada saiba.

    Prevenção

    A principal medida contra tuberculose é a vacinação, que garante a proteção contra as formas mais graves da doença.

    A vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin), oferecida pelo SUS (Sistema Único de Saúde), protege a criança das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea. É possível encontrar a vacina nas salas de vacinação das Unidades Básicas de Saúde e maternidades.

    É necessário também evitar permanecer em locais onde há suspeita de infectados.

    Tratamento

    O tratamento da tuberculose é feito através da administração de medicamentos durante seis meses, diariamente e sem interrupções.

    Quando feito da maneira certa, as chances de cura são de 95%, e após 15 dias do início do tratamento, o paciente já para de transmitir a doença. 

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